Funicolare Resciesa
Na graciosa cidadezinha de Ortisei, na região de Val Gardena, tem um ótimo passeio para quem curte paisagem de neve, mas não sabe esquiar. É o Funicolare Resciesa, um trenzinho vermelho que em oito minutos sobe 2200 metros de altitude. Lá do alto, há vistas deslumbrantes para as Dolomitas. Do lado do Belvedere, há um parquinho com balanço e casinha de madeira, onde as crianças podem brincar na neve. Para se esquentar, é só correr para o chalé ao lado, que serve ótimos pratos e sobremesas.
Praticando o esqui passivo
Deste lado do Equador, estamos chegando ao início do inverno. Nas escolas, portanto, as férias são curtinhas: somente duas semanas entre o Natal e o Dia de Reis. Enquanto no Brasil todos vão viajar para curtir muito sol, água de coco, refrescantes banhos de mar e tardes em Itapoã, aqui na Itália estão todos preparados para as férias de montanha, encapotados com chapéu, cachecol e luvas, saboreando sopas quentinhas e muito vinho.
Para os mais esportivos, as férias de inverno são um sonho. Muitos italianos adoram esquiar. Não faltam no Belpaese localidades de esqui maravilhosas, principalmente no norte: Cortina d’Ampezzo, Val Gardena, Madonna di Campiglio.
Vou direto ao assunto. Não sei esquiar. Nas minhas viagens às estações de esqui, sempre observei os esquiadores com grande admiração e uma certa inveja. Que leveza, que estilo, descendo a montanha branquinha como um relâmpago, cheios de coragem! A única vez em que tentei esquiar foi há 15 anos. Eu fechava as pernas para frear como ensinam aos iniciantes e descia a colina como se tivesse o freio de mão puxado. Um fiasco! Não aprendi nada e acabei arquivando meu sonho de me tornar uma grande esquiadora num filme de James Bond.
Nem por isso desisti de ir às estações do esporte. Mas mudei a tática. Pratico o esqui passivo. Pego o ski lift, o tal do teleférico, geralmente circundada por pessoas vestidas com roupas bem coloridas e armadas com seus apetrechos, e eu, vestida em maneira urbana, parecendo um peixe fora d’água. Depois, entro no rifugio, a baita de madeira onde os esquiadores almoçam, e escolho uma bela mesinha com vista para as montanhas. E peço todas as guloseimas a que tenho direito: chocolate quente ou um bom vinho corposo, fondue, raclette ou a deliciosa massinha spätzle. Abro um bom livro e fico horas a fio lá em cima, curtindo os esquiadores que descem, hábeis, as montanhas branquinhas. Que paz me dá praticar o esqui passivo! Pelo menos nele sou imbatível.