Comunità Italiana

la gente, il posto

Museu da Ferrovia
Existe um museu não muito longe de Roma, que faz bater o coração dos nostálgicos das ferrovias. Fica numa estação desativada, a estação de Colonna, a meia hora de trem de Roma, na via Casilina 17. Esta linha ferroviária foi construída em 1913. A partir da Segunda Guerra Mundial, a concorrência com as estradas foi um dos fatores que causou o abandono desta linha ferroviária e o fechamento da estação de Colonna.
Muitos anos depois, um grupo de pessoas decidiu realizar um museu na área da estação desativada, com exposição de vagões de trens antigos, fotos e objetos antigos e a casa de um chefe de estação. Quem quiser visitar, o museu precisa ligar para reservar. Um programa bacana para fazer também com crianças.

 

 

 

 

 

 

 

Piuiiiií!!!

Sempre fui louca por trens. Desde a época da faculdade, quando estudava em São Paulo, e meu pai e irmãs moravam no Rio, sonhava com um trem bala que ligasse as duas cidades. Nunca me conformei com o abandono das ferrovias para dar lugar a estradas no Brasil.
Nisso, a Europa sempre foi um prato cheio para mim. O paraíso de quem ama trens. É o meio de transporte que simboliza o continente. Há pequenas viagens, como o trem que liga Roma a Florença, em uma hora e meia. E longas viagens, como o de Roma a Palermo, noturno, em 12 horas. A viagem mais longa que fiz de trem foi de Varsóvia a Moscou: 48 horas. Lembro que entrei com um bilhete errado e uma moça dos Montes Urais, na Rússia, me ajudou a comunicar com o pessoal que trabalhava no trem, que estava muito bravo comigo. Passamos 48 horas juntas, dividindo a cabine e trocando ideias, mesmo com pouco vocabulário à disposição. A linguagem comum dos viajantes: gestos, algumas palavras e muita boa vontade. Quantas amizades nasceram nos trens! Quantos momentos inesquecíveis ficaram nas lembranças. Uma vez, viajei sozinha com todo um time de tênis da ex- Iugoslávia, e as horas passaram rapidamente.
É muito bom ver o panorama da janela, pensar na vida, dormir com o barulhinho dos trilhos me aconchegando, ler um livro, bater papo com um estranho. Adoro trens.
Às vezes não é fácil. Lembro de quando eu era adolescente e dividi a cabine com outras cinco pessoas que não conhecia. Íamos de Paris para Marselha. Foi uma sinfonia de roncos e cheguei acabada.
Os comboios noturnos na Itália têm sido eliminados devagarzinho nos últimos anos. As pessoas preferem avião ou viagens curtas de trem. Acabou o Roma – Paris. Acabou o Roma – Nice. Acabam de anunciar o fim dos trens que ligam o norte da Itália à Sicília. Acabou-se o que era doce. Acabou-se a viagem lenta, quando viajar era tão divertido quanto chegar.