Comunità Italiana

La gente, il posto

Mercado das Flores de Roma 

Íris, gardênia, tulipa, cravo, amarílis, delphinium, hortênsia, rododentro, plantas carnívoras. Visitar o mercado das flores de Roma, no bairro central de Prati, é uma verdadeira aula de botânica e uma festa para os olhos.

O mercado é aberto para o público somente às terças de manhã. Os outros dias são reservados aos profissionais do setor. Vale a pena, pois os preços são bem em conta e é possível achar uma orquídea, do tipo mais simples, por cinco euros, uma pechincha em Roma.

São dois andares. No de cima, vendem-se flores de corte e, no de baixo, plantas e flores em vasos. Quem estiver em Roma este ano que aproveite para conhecer, pois, infelizmente, no ano que vem, o mercado será transferido para um bairro mais distante do centro, a Magliana — onde terá mais espaço à disposição.

 

Idiossincrasias e a ferramenta

Ferramenta, na Itália, é um lugar onde se compra material para casa, geralmente de ferro: martelo, prego, cola, cadeado, chave de fenda, cópia de chave, etc.

Tem uma “ferramenta” perto de casa que, além disso, vende de tudo: material de limpeza, guarda-chuva, fralda, não tem nada que ele não tenha, é impressionante. Quer um guarda-bolo? Aquele de vidro com prato e tampa para cobrir? Ele tem. Quer piscina inflável? Ele tem. E que tal um rolinho de pano pra colocar debaixo da porta para impedir o spiffero, corrente de ar frio (italiano tem pavor de spiffero!), de entrar? Ora, ele tem, e de várias cores e estampas, para combinar com qualquer tipo de casa. Saco de lixo? De todos os tipos, até lilás, com cheiro de lavanda, para amenizar o cheiro do lixo. E a lojinha nem é tão grande, mas tem coisa pendurada para tudo quanto é lado: medidor de spaghetti, cofrinho em forma de carrinho, caixa porta-treco.

Meu companheiro é cliente número um do lugar. Adora esta ferramenta e todo dia tem que comprar algo — útil e inútil. Tem três coisas que precisa comprar com muita assiduidade (dia sim, dia não): esponja, luva de borracha e papel-toalha. Em casa, tenho uma quantidade tão grande de esponjas, luvas de borracha e papéis-toalha que poderia abrir uma loja. Cada um tem suas idiossincrasias. Não sei por qual motivo meu companheiro tem medo que faltem esses itens, as raízes devem ser profundas e difíceis de entender assim superficialmente. Uma amiga que veio me visitar e viu toda essa quantidade de produtos disse que nem ela, que tem três casas em lugares diferentes, tem tanto material limpeza.

Eu sou exatamente o contrário. Eu espero acabar para comprar: açúcar, sal, papel-toalha etc. Acabou: desço e compro. Dizem que essa coisa de estocar faz parte da cultura dos países que viveram a guerra e precisaram ter em casa grandes quantidades para se prevenir numa época de carência.   

Psicologia e sociologia à parte, a verdade é que, não sabendo mais onde estocar tanto material, fui até à tal ferramenta e pedi ao dono que não vendesse mais ao meu companheiro esponja nem luva de borracha. Papel-toalha deixei passar, pois, mais cedo ou mais tarde, acabamos usando. Ele olhou para mim incrédulo mas me deu sua palavra. Durou pouco. Algumas semanas depois, as luvas e esponjas começaram a reaparecer nas compras diárias…

Idiossincrasias, impossível vencê-las.