Comunità Italiana

La gente, il posto

Terme sensoriali

Para dar uma rejuvenescida na cidade de Chianciano Terme — que era uma cidade termal para idosos — há alguns anos inauguraram as Terme Sensoriali. Localizadas dentro do Parque Acqua Santa, as Terme Sensoriali tem vinte atrações. Piscinas com hidromassagem,  melmarium, ou seja, sala com três tipos de lama para passar no corpo, uma  pirâmide energética para recarregar as energias e vários tipos de sauna. Algumas das curiosidades são as salas com aromas e a sala do silêncio interior, onde as pessoas se sentam no escuro, numa espécie de orelhão com acolchoado, para um “retorno ao ventre materno”. Eles aconselham a escolha de um dos quatro percursos: depurativo; relaxante; energizante e re-equilibrante. Vale a pena conferir e relaxar.

Um pulinho na Toscana

Foi meu recorde: um ano sem viajar para lugar nenhum, nem um passeio pelos arredores de Roma. No máximo, alguns passeios à Villa Borghese, a 3 km de casa. Afinal, com dois bebês e sem carro, resolvemos esperar um pouco para fazer a primeira viagem com eles, o “batizado” ao mundo dos viajantes.  Mas finalmente chegou a hora, nos armamos de coragem e pé na estrada, ou melhor, nos trilhos. 

Resolvemos pegar leve. Escolhemos um lugar pertinho, para começar: a cidadezinha de San Quirico d’Orcia, no sul da Toscana. A Toscana é uma receita infalível para qualquer gosto. Famosa pelas suas colinas, sua comida excelente e sua cultura, não dá para viajar sem voltar com um gostinho de “quero mais”.

Nossa aventura começou pegando o táxi, que já foi reclamando que o carrinho de gêmeos não cabia no carro e que era melhor pegar outro. Tivemos que acalmá-lo e mostrar que dava tudo certo, bastava um pouco de boa vontade. E chega na estação, abre o carrinho, coloca os bambini no carrinho, pega o trem, desce do trem, pega outro táxi e, enfim, chegamos a San Quirico d’Orcia. Que cidadezinha graciosa! A Toscana merece várias visitas, pois tem muitos vilarejos lindos: Pienza, Montepulciano, San Gimignano, Montalcino, Volterra, Monteriggioni.

Mas, além da beleza das cidades e da doce paisagem, a Toscana fisga mesmo é pelo estômago. Não é para quem tem apetite modesto. Os carnívoros entram em êxtase. A carne chianina, raça prestigiosa de bovino, é considerada uma das melhores da Itália. E para quem gosta de carne de caça, a Toscana cai como uma luva: javali, faisão, veado em todos os tipos de preparação. E os vinhos, que giram em torno de 14 graus, são verdadeiras refeições, como o Brunello di Montalcino e o Nobile di Montepulciano.

Quando eu era adolescente, tinha um estômago de ferro, podia comer e beber de tudo e nunca passava mal. Podia até fazer oito refeições num navio por uma semana e sair ilesa, com uns quilos a mais, é claro. Agora as coisas não são mais assim. Adoro javali, trufas e fois gras, mas, cada vez que como, me sinto um pouco “pesada”. Entretanto, não consigo renunciar, mesmo sabendo das consequências. Desta vez não foi diferente: nos empanturramos de frios e queijos deliciosos toscanos, de pici (a pasta da região) com pato, de tagliolini con tartufo bianchetto (que se colhe em março, o primo “pobre” da trufa branca) de carne de javali, de vinhos encorpados. Comer leve na Toscana é impossível.

Viagem curta, mas que deixou tantas lembranças. Durou 60 horas, quatro ótimas refeições, 10 km de passeios a pé e muitas chupetas perdidas e espalhadas pela paisagem da região.