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La gente, il posto

17 de janeiro de 2012 - Por Comunità Italiana
{mosimage}Parque do Pinóquio
Qual foi meu choque quando descobri que o Pinóquio não tinha sido engolido por uma baleia, mas por um tubarão. É que, no filme da Disney, o Pinóquio é engolido por uma baleia. E foi a baleia que ficou em nosso imaginário. Porém, no texto original, trata-se de um tubarão. O belíssimo conto de fadas foi escrito por Carlo Lorenzini, conhecido como Carlo Collodi — que usou como pseudônimo o nome da cidadezinha natal de sua mãe, Collodi.
Em Collodi, perto de Lucca, na Toscana, foi criado, em 1956, em homenagem à obra e ao autor, o Parco di Pinocchio. Localizado em uma grande área verde, vários mosaicos, esculturas e outras obras ilustram os episódios e personagens do conto de fadas, como o Grilo Falante, a Fada Madrinha, a Serpente, o Caranguejo, o Gato, a Raposa e, para a minha tristeza, o tubarão.

Programa de infância
Passei a infância entre o Rio e São Paulo, e tenho doces memórias das duas cidades. Existem aqueles lugares que marcam época em nossa vida e nos acompanham para sempre. Principalmente aqueles onde fomos milhares de vezes; afinal, crianças são repetitivas: quando gostam de um lugar, adoram ir de novo, da mesma forma que, quando assistem a um filme bacana, querem assistir de novo, de novo e de novo.
Quanto a São Paulo, quando penso naqueles anos, me lembro do programa número 1: almoçar um frango xadrez com arroz chop suey num restaurante chinês do bairro Ibirapuera. O mais importante era comer com os pauzinhos. Depois do chinês, era a vez de uma torta de nozes na Brunella, seguido por passeio pelo shopping. Em algumas ocasiões, eu tinha também direito a uma parada na loja de mágicas para comprar um truque. Afinal, mágicas e o mini laboratório químico eram meus brinquedos preferidos. Para finalizar: sessão de cinema. Ou ainda, de vez em quando, ir à Cidade da Criança. Adorava a Casa Maluca, uma casa com piso todo torto. 
Com meu pai, no período em que ele morava em São Paulo, a grande expectativa era o domingo à noite, quando íamos na Pizzaria Monteverde, no Itaim, aguardando ansiosamente também o gran finale: sorvete de menta com calda de chocolate quente. Bons tempos…
 Já no Rio, as palavras mágicas da infância eram duas: Sessão Coca-Cola no Tivoli ou jantar no Alfredo, no Hotel Intercontinental. Íamos lá para saborear o famoso fettuccine feito em casa, com massa levinha e fininha, ao molho de manteiga e parmesão.
E eis que, morando em Roma, pude reviver esse momento de infância, indo no Alfredo de Roma, para beber diretamente da fonte. Na realidade, existem dois Alfredos em Roma, o que pode causar confusão. Afinal, qual é o verdadeiro? Os dois servem o famoso prato, ou seja, o fettuccine Alfredo. Os dois ficam no centro histórico de Roma: um na via della Scrofa e o outro na piazza Augusto Imperatore. 
Mas o da piazza Augusto Imperatore faz questão de dizer que é o verdadeiro Alfredo. Afinal, pertence à família do Alfredo: passando do Alfredo I, ao Alfredo II e finalmente, Alfredo III. O outro, da via della Scrofa, era a antiga localização, mas hoje tem outros donos. De qualquer forma, o macarrão é delicioso em ambos. 
 No entanto, foi no “vero” Alfredo que pude viver uma emoção única: degustar o decantado fettuccine com os famosos talheres de ouro. Foi perguntando ao maître a respeito de qual restaurante era o verdadeiro Alfredo, que ele me trouxe os talheres para eu usá-los durante a refeição. 
A história é a seguinte. Nos anos 20, Alfredo recebeu os atores do cinema mudo Mary Pickford e Douglas Fairbanks. Eles passavam pelo restaurante durante a lua de mel em Roma. Como presente pela ótima acolhida, deram a Alfredo talheres de ouro, uma colher e um garfo, gravados to Alfredo, the king of the noodles. Daquele momento em diante, os freqüentadores mais famosos tinham a honra de comer o fettuccine com os célebres talheres. 
Naqueles anos, ir a Roma e não passar pelo Alfredo era como ir ao Vaticano e não ver o Papa. A lista de stars que passaram pelo restaurante é longa: Frank Sinatra, Ava Gardner, Burt Lancaster, Anna Magnani, Clark Gable, Ginger Rogers, Jerry Lewis e Dean Martin só para começar. Entre os famosos brazucas, Pelé e Falcão — este último idolatrado em Roma até hoje. 
Para vips ou meros mortais, com talheres de ouro ou sem, na infância ou na idade adulta, um belo prato de fettuccine Alfredo vale sempre a pena.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.