la gente, il posto

Doria Pamphily e Vivi Bistrot
Um dos parques mais gostosos de Roma para fazer caminhadas e para correr é a Villa Doria Pamphily. É um dos mais verdes e o maior parque urbano de Roma. O visual é lindo. Para completar, perto de uma das entradas do parque, a da Via Vitelia, fica o Vivi Bistrot, um charmoso café que tem biscoitos deliciosos, tortas e croissants em estilo francês. Eles também servem um café da manhã mais completo e almoços leves. O Vivi Bistrot tem outra unidade no Palazzo Braschi, na Piazza Navona.
Pernas, pra que te quero!
Entre os tantos atributos que os homens admiram nas mulheres, estão as pernas. Antes que seios e o derrière ficassem tão à mostra como nos dias de hoje, eram as pernas que deixavam os homens loucos. Tanto que a minissaia revolucionou o mundo. Dizem que a atriz e bailarina Cyd Charisse tinha as pernas mais belas da história de Hollywood. Inclusive as tinha colocado no seguro, na década de 1950, em cinco milhões de dólares. Realmente são imbatíveis até hoje. Basta rever a cena onde ela dança com Gene Kelly no filme Cantando na Chuva, com aquele exuberante vestido verde de franjas e lantejoulas. Isso, sim, é que são pernas!
Para uma andarilha como eu, que percorre ao menos sete quilômetros pra lá e pra cá, entre escola das crianças e suas atividades extras, dar aulas em quatro cantos da cidade, e no tempo livre, fazer sapateado como hobby, as pernas são um precioso instrumento. Caminho bem, com prazer e ritmo. Às vezes, na pressa, sou esquecida. Deixo o guarda-chuva, um livro, o chapéu, uma pasta de documentos em algum lugar.
Quando me mudei para a Itália, os italianos logo perceberam a minha cabeça de pudim e foram me dizendo: Chi non ha testa, ha gambe. Ou seja, quem não tem cabeça (ou melhor, quem é esquecido), tem que ter boas pernas para recuperar tudo o que perde pelo caminho. Adoro essa expressão e me vejo muito nela.
Outra simpática expressão em italiano se usa quando temos que fugir de uma situação o mais rápido possível. Por exemplo, você é solteira e conhece um cara pra lá de problemático. É melhor scappare a gambe levate, ou seja, escapar de pernas levantadas, como acontece quando corremos. Outra expressão italiana que sempre ouvi e sempre amei para dizer que uma pessoa tem valor é dizer que ele (ou ela) é in gamba. Hoje, como vivemos em tempos superlativos, diz-se também in gambissima. Provavelmente porque a pessoa é capaz de caminhar com as próprias pernas, não depende de ninguém.
Bom, agora que acabei esta crônica, posso relaxar e ficar de papo e de pernas para o ar. A presto!