Os primeiros dados oficiais do Registro Nacional do Instituto Superior de Saúde da Itália divulgados hoje são relativos ao período entre 2003 e 2005, portanto, antes e depois da aplicação da lei, que ocorreu em 2004.
"Espero que, três anos após a aplicação da lei, se continue a refletir, com grande rigor e sobriedade, sobre a própria lei, a partir dos êxitos da aplicação das técnicas", afirmou a ministra que defende a reflexão "a fim de garantir às mulheres e aos casais a melhor eficácia e segurança das técnicas, e com o objetivo de garantir os próprios princípios inspiradores declarados pela lei, que são a tutela da saúde das mulheres e dos embriões".
Em 2005, um polêmico referendo convocado pelo governo para aprovar modificações nesta lei fracassou devido à baixa participação popular e devido a uma grande campanha promovida pelo Vaticano, que defendia a manutenção das limitações da atual lei.
O referendo, convocado pelas organizações de esquerda e diversos grupos sociais e feministas, pretendia derrogar os quatro pontos mais controversos da lei, aprovada originalmente em 2004 e considerada uma das mais restritivas da Europa. Entre os pontos discutidos da lei está a proibição da pesquisa com células-tronco e congelamento de embriões, veto ao uso de sêmen e óvulos alheiros ao casal e acesso à fecundação assistida apenas a casais estéreis.
O relatório divulgado hoje pelo governo afirma que o número de clínicas para procriação assistida aumentou de 120 em 2003 para 169 em 2005, dos quais resultam 6235 gestações, contra as 4807 de 2003.
O percentual de gestações obtidas sobre as pacientes diminuiu 3,6%, passando de 24,8% em 2003 para 21,2% em 2005, enquanto o número de partos múltiplos (partos de gêmeos, trigêmeos ou múltiplos) aumentou de 22,7% em 2003 para 24,3% em 2005.
No entanto, os resultados negativos das gestações aumentaram de 23,4% para 26,4%, devido a abortos espontâneos, mortes intrauterinas, gestações ectópicas ligadas à obrigação da implantação de todos os embriões previstos pela lei 40/2004.