Respaldada pelo sucesso da Copa do Mundo de 2014, a presidente Dilma Rousseff começou neste domingo (13) no Maracanã, palco da final entre Alemanha e Argentina, sua principal partida diplomática do ano, junto aos líderes dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e à chanceler alemã, Angela Merkel.
Antes do duelo, Dilma ofereceu um almoço a nove chefes de Estado e de governo no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. Além de Merkel, estiveram presentes os presidentes Jacob Zuma (África do Sul), Vladimir Putin (Rússia) e Joachim Gauck (Alemanha). Também participaram da reunião os mandatários do Gabão e da Namíbia, e os primeiros-ministros de Antígua e Barbuda, Trinidad e Tobago e Hungria.
Durante esse “jogo diplomático”, Dilma tenta ratificar o papel do seu país como um dos líderes do mundo emergente. Essa já é, por exemplo, a segunda vez em menos de um mês que Merkel vem ao Brasil. Na primeira, as duas concordaram em repudiar a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, da qual ambas foram vítimas.
Neste domingo (13), a chanceler cumpre o papel de “visitante” em um Maracanã dominado por líderes de potências emergentes, como Putin, presidente do país que vai receber a Copa de 2018. E a partida acaba sendo uma ante-sala da cúpula dos Brics que começa nesta segunda-feira (14), em Fortaleza (CE).
Nos próximos dias, Dilma manterá encontros bilaterais com os principais expoentes do grupo, dentre os quais se destaca o presidente da China, Xi Jinping. O embaixador brasileiro José Alfredo Graça Lima, chefe dos negociadores da reunião na capital cearense, expressou sua confiança de que o evento deixe como saldo “avanços concretos”, já que os Brics alcançaram sua “maturidade”.
Um dos anúncios mais esperados, e que os negociadores consideram praticamente certo, é a fundação de um Banco de Desenvolvimento, cuja presidência é cobiçada pelo governo brasileiro, segundo publicou o diário “O Globo”. Também está na mesa a criação de um fundo de contingência para socorrer países-membro que enfrentarem crises financeiras.
Além disso, os Brics podem ganhar a presença da Argentina, que conta com o respaldo do governo da China. Pequim também já expressou seu desejo de incluir México e Indonésia no grupo. (ANSA)