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Luxo nas águas do Brasil

19 de março de 2012 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Boat show da italiana Azimut-Benetti no Rio mostra a força do emergente mercado brasileiro junto aos grandes produtores mundiais de iate

Os dois dias em que o Yatching Gala aconteceu, de 3 a 4 de março, no Rio de Janeiro, trouxeram um significado especial para o mercado náutico brasileiro. Não apenas pelo fato do boat show, exclusivo do grupo italiano Azimut-Benetti, ter sido realizado, pela primeira vez, fora do continente europeu. Escolhido para sediar a quinta edição do evento anual, o Brasil já responde por cerca de 15% do faturamento do maior importador mundial de embarcações de luxo, assumindo cada vez mais importância para os empresários italianos do setor, sobretudo com a atual retração da economia europeia, e abriga, desde 2010, uma fábrica que deverá atingir, até 2015, a marca de 100 iates produzidos por ano.

— O mercado brasileiro é um dos principais para nós. É a primeira vez que realizamos esse evento fora da Europa, tamanha a sua importância. Juntamente com os Estados Unidos, é responsável por 50% de nossas vendas. Continua crescendo e terá um papel cada vez maior. A frota Azimut é a mais numerosa que existe no Brasil. E queremos continuar com esse sucesso com a indústria em Santa Catarina. Nossos planos consistem em dobrar a produção nos próximos três anos — contou à Comunità o presidente e fundador do grupo, Paolo Vitelli, acrescentando que os mercados estratégicos de países em crescimento, como Brasil, Rússia, China, e os do Oriente Médio, deverão substituir a “velha Europa”.

Dezenas de especialistas em mercado náutico e clientes de várias partes do mundo compareceram a um jantar de gala na histórica Ilha Fiscal, na zona portuária da capital fluminense. Além de apresentar a nova equipe de gerentes que irá auxiliar o superintendente da Azimut do Brasil, Francisco Berra, a diretoria do grupo detentor das marcas Azmiut, Atlantis, Benetti e Azimut Grande promoveu um “desfile” náutico na Baía de Guanabara de seis novos modelos, entre eles, o Atlantis 44 e o Azimut 70.

No dia seguinte, um domingo ensolarado, os convidados puderam realizar test drive nas embarcações, que ficaram à disposição dos convidados no Iate Clube do Rio de Janeiro.

Novos milionários a cada dia no Brasil

Equipado com móveis requintados, confortáveis suítes e uma sala de estar elegantemente decorada, um iate pode custar a partir de R$ 2 milhões, mas os modelos mais requintados podem chegar à quantia fabulosa de R$ 200 milhões. Segundo as estatísticas da revista americana Forbes, a cada dia, surgem, no país, 19 novos milionários, ou seja, consumidores potenciais de iates e outros requintes. Ao lado da propalada expansão da classe C, o aumento do número de milionários pode explicar o crescimento do mercado de iates, assim como outros produtos de extremo luxo. Ainda de acordo com a publicação, o Brasil tem 137 mil milionários e cerca de 30 bilionários. Enquadra-se na primeira categoria quem possui um patrimônio entre 539 mil e 2,7 milhões de dólares. Um outro estudo elaborado pela Merrill Lynch confirma esse crescimento: o número de milionários brasileiros subiu cerca de 6% em 2010, e o Brasil ocupa a 11ª posição mundial. Os especialistas apontam como causas a alta do PIB e os altos salários pagos a executivos.

De acordo com a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), nos últimos cinco anos, o mercado de barcos para esportes e lazer tem crescido, em média, 10%. E os compradores brasileiros de iates possuem características que os diferenciam dos europeus, analisam os especialistas italianos. Além de serem mais atentos à decoração, prezam pelos espaços de convivência e exposição social.

— Já notamos que os consumidores brasileiros são altamente “demanding”. Sabem bem o que querem e prezam muito pela qualidade e pelo estilo italiano. Fazem mais questão do couro, do acabamento, dos móveis e do design do que os próprios italianos — analisa o diretor de marketing mundial do grupo, Francesco Ansalone.

Os brasileiros também tendem a enfatizar os espaços de convivência, talvez por fazerem um uso muito mais social, com outros barcos ao lado, nota Ansalone.

— Já nos outros países, como na Itália, o cliente procura passar alguns dias a bordo por ano com a sua família e os amigos mais íntimos, sem colocar vários barcos juntos.

Apesar de mais abertos socialmente, os navegantes brasileiros têm em comum com os italianos a paixão pelo mar, o que facilita a comunicação da empresa no país, ressalta a diretora de Comunicação do grupo, Giovanna Vitelli:

— A cultura do cliente brasileiro é muito parecida com a nossa, mediterrânea. Portanto, fazemos uso dos mesmos conceitos aqui e lá: o de gozar a vida, e a sensação de independência e liberdade no ato de navegar. Soma-se a isso um elemento novo que estamos trazendo, que é sinônimo de sofisticação: o made in Italy.

O luxo na mira do governo italiano

Se em países emergentes, a tendência a consumir o luxo extremo é vista com otimismo por muitos, nas nações europeias, porém, onde as economias se mostram estagnadas, o setor tende a reduzir seus milhões de lucros.

— A situação hoje é diametralmente oposta, na Itália, a esse crescimento no Brasil. Apesar de sermos embaixadores do made in Italy, um iate é considerado, na Itália, como um exemplo de extremo luxo, o que não é bem visto em um momento de crise. Porém, nos países asiáticos, somos vistos como uma empresa que exprime um conceito de arte. Um iate é uma villa galleggiante, com um design, décor e tecnologia para se navegar com conforto e sem consumo excessivo — define Francesco Ansalone.

Além da queda do consumo em geral, outro fator atingiu em cheio o setor náutico da “bota”. O capítulo intitulado “disposições para a taxação de carros de luxo, embarcações e aviões”, dentro do pacote do decreto Salva Italia, anunciado pelo governo do premier Mario Monti, no fim do ano passado, instituiu uma taxa diária de estacionamento para as embarcações que se encontram em águas italianas. O valor pode variar de 5 a 700 euros, dependendo das suas dimensões. O dono de um barco com 24, 01 metros de comprimento, por exemplo, deverá desembolsar 90 euros todos os dias ao Estado. Esses “novos ventos” acabaram empurrando muitos barcos em direção às águas da Tunísia, da Córsega, da Croácia e da França, provocando protestos dos protagonistas da economia marítima. Para o presidente da Câmara de Comércio da província de Latina, Enzo Zottola, impor taxas aos proprietários de embarcações significa “atingir indiretamente tudo aquilo que gira em torno desse setor produtivo”. A economia do mar, que inclui o turismo e a náutica, representam os valores nos quais a Itália pode ter como base para a sua recuperação, acredita Zottola.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.