Sigla antissistema ficará com Câmara, e nacionalistas, com Senado
A Câmara dos Deputados para o Movimento 5 Estrelas (M5S) e o Senado para a direita: este deve ser o resultado das intensas negociações dos últimos dias para definir os presidentes dos dois ramos do Parlamento da Itália, que serão escolhidos no próximo dia 23 de março, data da posse da nova legislatura.
Nas bolsas de apostas da política italiana, o deputado Riccardo Fraccaro, 37 anos e “braço direito” do líder do movimento antissistema, Luigi Di Maio, desponta como presidente da Câmara. Sua eleição poderia indicar uma possível abertura do M5S, partido mais votado nas últimas eleições, a modificações em um eventual ministério, já anunciado antes mesmo de o país ter ido às urnas.
Fraccaro havia sido escolhido por Di Maio como ministro para as Relações com o Parlamento, mas, se assumir o comando da Câmara, não terá como acumular os dois cargos. Com 32% das cadeiras no Parlamento, o movimento precisa de aliados para conseguir formar um governo. Em troca, certamente terá de ceder espaço no possível gabinete de Di Maio.
Já no Senado a favorita para a presidência é Giulia Bongiorno, integrante do conselho de administração da Juventus e membro da Liga, partido ultranacionalista que foi o mais votado dentro da coalizão de direita, que obteve 37% da preferência do eleitorado.
No entanto, seu nome ainda não convence Silvio Berlusconi, principal aliado da Liga. O ex-primeiro-ministro se reunirá nesta quarta-feira (21) com o secretário do partido de extrema direita, Matteo Salvini, para chegar a um ponto em comum.
Os partidos também tentam desvincular as negociações para a presidência da Câmara e do Senado das tratativas para a formação do novo governo, que devem começar oficialmente no início de abril. Terminou a era da oposição, agora começa a era do governo M5S.
Estaremos à altura desse desafio”, declarou Di Maio nesta terça-feira (20). Para assumir a cadeira de primeiro-ministro, ele precisará buscar os votos da Liga Norte (17%) ou do Partido Democrático (19%), que saiu derrotado das urnas, mas é a segunda legenda mais popular da Itália. (ANSA)