O pânico em virtude dos ataques terroristas em Paris e na Califórnia foram sentidos por milhares de pessoas que participaram no Vaticano, no último dia oito de dezembro, do evento em que o papa Francisco deu início ao Jubileu, Ano Santo católico, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. O espaço aéreo de Roma foi fechado, todos foram revistados, agentes da polícia disfarçados de mendigos, cestas de lixo removidas e toda a inteligência mobilizada para a missa em que o papa pediu para que “deixemos de lado todo o medo e o pavor, para não se apropriarem de homens e mulheres que são amados. Em vez disso, vamos experimentar a alegria do encontro com a graça que transforma todas as coisas”.
Como medida para frear o horror invisível causado pelo Estado Islâmico que consegue recrutar adeptos com ofertas e falsas promessas em todos os países, a Europa decidiu que, pelos próximos seis meses, todos os dados de passageiros que partem ou chegam à União Européia serão controlados. A medida inclui informações sobre os deslocamentos de cada passageiro, o custo do bilhete, o método de pagamento, onde comprou a passagem, o eventual pedido de comida especial, endereços e contatos telefônicos indicados. As polícias dos países membros terão acesso a tudo e reforçarão a base da Europol. Depois do período indicado, o conjunto de informações será criptografado e poderá ser requerido por mais 4,5 anos.
É evidente que o sacrifício imposto penaliza a liberdade e a privacidade, mas se tornou, segundo o Conselho de ministros dos 28 países membros, necessário para combater esse fantasma e uniu a Europa que viu a falta de coordenação entre os serviços de segurança da França e da Bélgica nos ataques de Paris. O ataque do dia 13 de novembro é uma daquelas circunstancias que impõem escolhas difíceis de restrição à liberdade e causa uma grande polemica e debate numa Europa que historicamente é tolerante, pacifica e livre. Depois desse dia, a França foi mais longe e varou uma lei que consente aos serviços de segurança de, através das agencias de telecomunicações e dos fornecedores de Internet, interceptar chamadas telefônicas, perfis, localizações geográficas, metadados… Qual o limite dessa invasão de privacidade? Quem protege esses dados? E quem controla os controladores?
No Brasil, a Olimpíadas devem ter maior reforço na segurança e os jogos podem mudar o cenário atual como mostra a nossa capa que traz uma entrevista exclusiva com o dirigente número um do esporte na Itália. O presidente do Coni Giovanni Malagò concedeu entrevista ao nosso correspondente em Roma, Stefano Buda, e nela mostra grande entusiasmo com a participação italiana nas Olimpíadas do Rio e destaca os fatores que podem levar o evento a mudar os rumos de um país.
Boa leitura e um mundo melhor a todos!