Brasileiros envolvidos no caso de Ospedaletto Lodigiano estão impedidos de votar nas eleições de 4 de março
DA REDAÇÃO
O cancelamento da cidadania italiana de 1118 brasileiros coloca em xeque a eficiência e até mesmo a legitimidade dos serviços oferecidos aos ítalo-brasileiros no exterior. Todos os brasileiros, cujos documentos perderam a validade, estão impedidos de votar no próximo dia 4 de março e tiveram revogados os passaportes.
O imbróglio começou após a prefeitura da pequena Ospedaletto Lodigiano, no norte da Itália, que tem apenas 1500 habitantes, identificar que os mais de mil brasileiros com cidadania italiana registrados no pequeno vilarejo não moravam na cidade. Por lei, é obrigatória a residência para quem requer a cidadania na Itália pelo critério de descendência direta, ou “iuri sanguinis”.
Segundo informações de jornais brasileiros, um casal de brasileiros é suspeito de fraudar o processo. Eles cobravam até 12 mil reais para oferecer consultoria a quem desejasse a cidadania italiana. O esquema envolveria uma rede de corrupção da qual fazem parte funcionários públicos.
O jornal O Globo teve acesso à sentença de 8 de fevereiro que condenou dois brasileiros pelo crime. O casal pagava cerca de 1.250 euros a funcionários públicos italianos em troca da vista grossa dos fiscais em relação a pelo menos 500 pedidos de cidadania. Wellinton Girotto e Mariane Baroni foram presos e julgados. Ele recebeu pena de três anos e meio de prisão; ela cumprirá dois anos e meio.
Já o jornal Folha de S.Paulo informa que a prefeitura de Ospedaletto Lodigiano divulgou uma conta de e-mail para responder a dúvidas sobre esse caso e, em sua página oficial, publicou um documento com nome, sobrenome, data de nascimento e cidade de origem dos 1.118 brasileiros. As cidadanias revogadas foram processadas entre julho de 2015 e julho de 2017.