Um barco com cerca de 300 imigrantes e outro com 150 pessoas afundaram nesta segunda-feira (20) no Mar Mediterrâneo. Os acidentes ocorrem dois dias depois de uma embarcação com cerca 900 pessoas naufragar no Canal da Sicília, na Itália, tornando-se a maior tragédia da região, com 700 mortos.

De acordo com fontes locais, as operações de resgate estão em andamento entre a Líbia e a Itália. Até o momento, 57 pessoas foram retiradas do mar com vida.

Mais cedo, uma outra embarcação com 80 imigrantes vindos do oeste da Turquia afundou no mar Egeu, perto de Rodes, na Grécia. Três pessoas morreram.

ONU cobra ação da UE
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou que “é preciso uma grande operação de salvamento para conter a crise dos imigrantes no Mediterrâneo. Itália, Grécia e Malta fazem o que podem, mas se espera que a Europa aja”. Para ele, o mar da região é um “mar de sofrimento”.

Presidente italiano critica falta de ação da UE

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou nesta segunda-feira (20) que a União Europeia “não pode fugir do teste de centenas de milhares de refugiados que abandonam as próprias casas para fugir da morte” ao citar as tragédias ocorridas no Mar Mediterrâneo.

Falando aos presidentes do Parlamento dos países-membros da UE, o líder italiano também ressaltou a falta de atitude da comunidade internacional para diminuir a violência nas nações de origens dessas pessoas.

“Eu falo da total insuficiência das iniciativas seja da comunidade internacional. Precisa haver uma iniciativa humanitária extraordinária, que envolva – além da UE – os organismos internacionais e as agências da ONU para política que afrontem a emergência desde os países de origem”, ressaltou.

Ban Ki-moon se pronuncia

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que os naufrágios ocorridos desde o final de semana são uma “tragédia titânica”.

Sobreviventes relatam drama
Os 28 sobreviventes do naufrágio na costa da líbia neste final de semana relataram que precisaram se “agarrar aos mortos para não afundar”. Segundo os socorristas, eles relataram que “berraram com todas as suas forças” para que o navio que veio socorrê-los os visse.

Comissão Europeia propõe dobrar fundos da “Triton”
A Comissão Europeia propôs dobrar o valor disponível para a operação “Triton” no Mar Mediterrâneo, informou o porta-voz do Ministério do Interior da Alemanha, Tobias Plate. A “Triton” é a responsável por vigiar as fronteiras marítimas da Europa e substituiu a italiana “Mare Nostrum”. (ANSA)