Para acessar os arquivos, basta se cadastrar no site www.leonardodigitale.com (em italiano). Por enquanto, três cadernos de esboços do mestre estão disponíveis para visualização em alta resolução: os dois Códices Madri e o Códice Atlântico ("códice" é a palavra usada normalmente para designar livros antigos e manuscritos com o mesmo formato dos livros atuais, e não em rolos, como os papiros). São coleções de desenhos científicos e técnicos.
A Biblioteca Leonardiana, que fica em Vinci, na Toscana (centro-norte da Itália), recebeu financiamento da União Européia para o trabalho. O plano é digitalizar outros cadernos do gênio, completando um arquivo público de 12 mil páginas.
Por enquanto, dá para fazer buscas pelo número de páginas e por palavras – em italiano do século 15, bem entendido – dos textos. Os responsáveis pelo projeto esperam colocar no ar buscas em outras línguas em breve. Janelas abertas ao lado das páginas "originais" trazem o texto – o que é uma mão na roda, já que Leonardo costumava escrever ao contrário, com o texto invertido (da direita para a esquerda) com a ajuda de um espelho. (Há quem diga que isso se deva ao caráter paranóico do artista; outros sugerem que o fato de ser canhoto o levou a usar essa técnica.)
Não só de arte e sofisticação vivem os desenhos. Com sua mente frenética, Leonardo costumava usar os códices como verdadeiros cadernos de anotação, marcando até listas de compras nas margens dos desenhos.