Um navio da Marinha Militar da Itália resgatou migrantes, na manhã desta quinta-feira (30), que estavam à deriva em um bote inflável na costa da Líbia, no Mediterrâneo Central. A embarcação Cigala Fulgosi realizou o socorro das mais de 100 pessoas a bordo.
A Marinha decidiu intervir por causa da piora das condições climáticas e para evitar um naufrágio, apesar das restrições das políticas migratórias do país.
Segundo a ONG Alarm Phone, que fornece uma linha direta para migrantes em perigo no Mediterrâneo, uma menina de cinco anos morreu no bote, que estava à deriva desde a última quarta (29). Todavia, a Marinha negou a informação.
“É horrendo deixar pessoas morrerem sem intervir, isso é nazismo, é contradizer aquele impulso elementar por meio do qual eu devo intervir se uma pessoa estiver morrendo”, criticou o governador da região da Toscana, Enrico Rossi.
Já o ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, artífice do fechamento dos portos do país para migrantes forçados, afirmou que a Marinha é alvo de “acusações infundadas e difamatórias”.
“É incrível que alguns órgãos de imprensa italianos deem crédito a provocações e ilações das mesmas ONGs de quem cortamos o negócio e que estão sob investigação por favorecimento à imigração clandestina”, disse.
A Alarm Phone, por sua vez, declarou que a notícia da morte da menina havia sido passada por um migrante a bordo do bote.
“Nunca confirmamos a morte e esperamos que não seja verdade, mas não é necessário que alguém morra para que seja um escândalo que 90 pessoas sejam deixadas sob risco por mais de 23 horas”, disse a entidade.
A ministra da Defesa da Itália, Elisabetta Trenta, rebateu as acusações e disse que a Marinha não adiou o resgate.
“Não permito que ninguém diga que nossa Marinha Militar tenha ignorado o socorro a pessoas em perigo de vida. Ninguém, que fique muito claro. É tudo falso”, declarou.