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Michelangelo universal

16 de setembro de 2014 - Por Comunità Italiana
Michelangelo universal

Michelangelo universalHá 450 anos morria o gênio que influenciou a humanidade

Os grandes gênios italianos que marcaram a história da humanidade eram artistas poliédricos. Entre eles, Michelangelo Buonarrotti, cujo talento multifacetado se expressava em quatro grandes eixos: poesia, escultura, pintura e arquitetura. Com esta visão eclética, Roma comemora 450 anos da morte do artista com a exposição 1564-2014 – MICHELANGELO – Encontrar um artista universal nos Museus Capitolinos até 14 de setembro. A mostra que tem como objetivo celebrar as suas diferentes almas criativas com desenhos, pinturas, esculturas, modelos de arquitetura, cartas e poemas através de nove seções que resumem sua filosofia: o moderno e o antigo, a regra e a liberdade, a vida e a morte, a vitória e a prisão, amor terreno e batalha espiritual.
A escolha do lugar para a mostra não foi casual. Os Museus Capitolinos ficam no topo da colina do Capitólio, em torno da praça redesenhada por Michelangelo em 1536, e reconstruída ao longo de 400 anos. A localização já é um tributo ao mestre, um trabalho de planejamento urbano e arquitetura escancarado sobre a cidade eterna.
A exposição conta com 150 obras, das quais 70 são de Michelangelo. A proposta da curadora Cristina Acidini, superintendente do Patrimônio Histórico, Artístico e Antropológico do Polo dos Museus de Florença, é mostrar as influências que o artista recebeu e ao mesmo tempo como ele influenciou outros artistas, como um jogo de espelhos. Muitas das obras vieram da Casa Buonarroti, antiga fundação de Florença dedicada a Michelangelo, e do British Museum de Londres.

O escultor
“Como faço uma escultura? Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário” — frase de Michelangelo
Nascido em 1475 na pequena cidade de Caprese, próxima a Arezzo, na região da Toscana, Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni era filho de um magistrado, também proprietário de uma mina de mármore. Criado por uma ama de leite cujo marido era cortador de mármore, Michelangelo desde a infância já convivia com o material que lhe seria tão precioso durante toda a vida. Quando idoso o artista escreveu: “Suguei a inclinação para a escultura, juntamente com o leite”.
No início do percurso da mostra encontra-se a grande estátua do “Cristo carregando a cruz”, com mais de 2 metros de altura. Trata-se de uma obra polêmica entre os especialistas, pois durante um longo período foi atribuída a um anônimo artista que, por sua vez, teria se inspirado na escultura de Michelangelo chamada “Cristo Redentor”, conhecida também como “Cristo da Minerva” por estar na Igreja de Santa Maria sobre Minerva. Graças a detalhados estudos, em 2001 descobriu-se que o autor é o próprio Michelangelo, que esculpiu a estátua entre 1514-16, alguns anos antes daquela de Minerva. O gênio toscano já estava trabalhando em uma primeira versão desta estátua, mas abandonou-a antes de terminar, quando descobriu um veio preto no mármore branco. Uma nova versão, a de Minerva, foi feita às pressas em 1519-1520 para cumprir os termos de um contrato privado.
Entre as esculturas de Michelangelo expostas, está o baixo relevo da “Nossa Senhora da Escada”, uma das primeiras obras esculpidas pelo artista quando tinha apenas 15 anos de idade.
Um exemplo da influência clássica no trabalho do artista toscano é a presença da obra-prima Brutus, que pode ser vista ao lado dos bustos clássicos anteriores: Brutus em bronze nos Museus Capitolinos (III século a.C.) e a Caracalla dos Museus do Vaticano (III século d.C.). Deste modo, é possível fazer uma comparação direta com as duas esculturas que, de diferentes maneiras e circunstâncias, inspiraram a criação de Michelangelo.

Os desenhos
Graças à presença de diversos esboços e desenhos preparatórios, capazes de destacar a criatividade de Michelangelo, o público pode acompanhar o nascimento da ideia, o sucessivo desenvolvimento e a definitiva criação da obra integral. Assim, a mostra oferece a oportunidade de conhecer o início do processo criativo, fundamental para entender as sugestões do gênio da Capela Sistina e do Juízo Final. A grandeza dos pequenos pedaços de papel está no fato de eles serem o primeiro registro dos impulsos criativos do mestre. Antes de levar suas figuras para o mármore ou para o reboco fresco, ele desenhava seus conceitos.
Os desenhos mostram estudos anatômicos e figuras com estranhas expressões como os condenados presentes no afresco da Capela Sistina.
Entre os desenhos, também se destaca “A Cabeça de Leda”, estudo feito a lápis para um retrato de perfil da personagem mitológica grega. Dessa obra, conhece-se apenas o esboço. O quadro está desaparecido desde o século XVI. Outro destaque merece o esboço da Cúpula da Basílica de São Pedro, projeto que Michelangelo trabalhou até o ano da sua morte em 1564.

Cartas e poesias
Além dos desenhos, estão expostas diversas cartas e poesias de Michelangelo. Através da caligrafia é possível perceber o pensamento e as sensações do artista em determinadas situações, como a correspondência enviada a Pierfrancesco de’ Medici, membro da poderoso família de Florença com grande influência na Itália.
Bem documentada na exposição é também a relação entre Michelangelo e Vittoria Colonna (1490-1547), poetisa e devota religiosa, para quem Michelangelo compôs desenhos e poemas. Nos textos emerge o pensamento católico do artista, suspenso entre as influências conflitantes do protestantismo e do Renascimento, pouco antes do Concílio de Trento, que deu início a uma temporada longa Contrarreforma, estabelecendo, entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício e da inquisição.

O caráter inconformista
“Michelangelo tinha um caráter conflitual, um gênio voltado ao êxtase e ao tormento. Rude, selvagem, intolerante, hostil às relações humanas”: assim o artista foi descrito no século XVI pelo monsenhor Paolo Giovio (Michaelis Angeli Vita). Segundo este historiador, biógrafo e museólogo italiano do renascimento, Michelangelo não temia os poderosos, ao contrário os desafiava. Ele instigava até mesmo os papas como Júlio II, Leão X, Clemente VII, Paulo III, Júlio III, e irritava os colegas mais ilustres como Leonardo da Vinci, Bramante e Rafael.
Considerando a longevidade da época, Michelangelo teve uma longa vida, que durou quase 89 anos. Nos últimos anos, antes de morrer, ele abandonou a pintura e a escultura, aceitando somente poucas encomendas de obras para particulares. No entanto foi um período que ele dedicou a vários projetos arquitetônicos e urbanisticos que deixaram suas marcas por romper com os estilos conservadores. Muitos destes projetos foram realizados sucessivamente por outros arquitetos que nem sempre respeitaram os seus desenhos originais.
No ano anterior a sua morte, Cosimo I de’ Medici convidou o grande artista toscano a voltar a Florença como cônsul da Academia das Artes do Desenho. Michelangelo recusou o convite. O grande gênio faleceu em 18 de fevereiro de 1564, em Roma, na sua residência na praça Macel de’ Covi, que hoje não existe mais. As casas nos arredores da Praça Veneza foram destruídas no começo do século XX para a construção do monumento Vittorio Emanuele II, o Altar da Pátria que muitos romanos chamam pelo apelido depreciativo de “bolo de noiva”. No entanto, outro desgosto abalou Michelangelo poucos dias de morrer, em 21 de janeiro: a Congregação do Concílio de Trento decidiu cobrir as partes consideradas “obscenas” do Juízo Final.   

Mostra:
1564 – 2014 MICHELANGELO. Encontrar um artista universal
Lugar: Museus Capitolinos
Endereço:  Piazza del Campidoglio – Roma
Horário: de terça a domingo das 9 às 20 horas.
Até 14 de setembro
Preço: 13 Euros (inteiro) – 11 Euros (reduzido).
Telefone: (#39) 060608
www.museicapitolini.org
www.museiincomuneroma.it
#michelangelo450

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A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.