A via Montenapoleone, artéria principal do shopping de luxo italiano, e as suas ramificações ao longo do quadrilátero da moda, como as ruas Sant’Andrea e Pietro Verri, estão sendo disputadas pelo capital estrangeiro. A área é uma ilha de prosperidade em um mercado cada vez mais atingido pela crise. Depois da francesa Hermès, chega a vez da chinesa Giada. Das quase cem lojas abertas, cerca de 45% pertencem a grupos e grifes não italianos.
Terapia cinematográfica
O hospital Humanitas abriu uma nova ala. Aquela cinematográfica, na realidade, é uma sala, com 65 poltronas de veludo vermelho. Cada uma delas tem o dobro da dimensão para oferecer conforto aos pacientes que irão assistir aos filmes. O objetivo é dar um pouco de “normalidade” e de alívio à pessoa internada e aos familiares em visita. O projeto é da instituição MediCinema Italia e tem o apoio das distribuidoras e produtoras Universal Pictures, Fox, Warner, Medusa e Nexo.
Salvem o Lírico
Em 1779, um concerto de Salieri inauguraria o teatro Cannobio, hoje teatro Lírico, em pleno centro de Milão, na via Larga, perto da sede da arquidiocese. Agora, depois das chuvas que inundaram o histórico prédio, a prefeitura, proprietária do imóvel desde 1926, deve lançar uma campanha para coletar os 16 milhões de euros que servem para reformar o teatro. “Um tijolo para salvar o Lírico”, afirma a promoção pública, que espera contar com a generosidade dos milaneses.
Sem comida
O número de pessoas desamparadas e, principalmente, sem ter o que comer no jantar, aumentou em 30%, desde 2008. Em Milão, a distribuição da cesta básica — composta de leite pasteurizado, conservado e massa — chegou a 63 mil famílias, italianas, com fome. Os operadores sociais, principalmente aqueles relacionados com as paróquias, chamam a atenção das autoridades para a gravidade da situação. E isso na cidade que vai hospedar a Expo 2015, inteiramente dedicada à alimentação.
E sem dentes
A liás, a crise que assola as famílias em Milão pode ser traduzida pela queda do número de consultas aos dentistas. Na capital da Lombardia eles somam quatro mil e nunca reclamaram do falta de trabalho e, muito menos do excesso. No último ano, porém, a categoria registrou uma diminuição de 30%. O serviço não é coberto pela saúde pública. A queda foi apontada, principalmente, na implantação de próteses, que custam, em média, mil euros. Sendo a sociedade italiana, a segunda mais velha do planeta, atrás somente do Japão, a estatística deve começar a registrar a falta de sorrisos numa cidade que já se lamentava mesmo quando não tinha motivo algum.