A Expo se torna um ser quase onipresente em território italiano. Perto de Milão, com trens velozes, o visitante tem uma boa desculpa para ir até Gênova e desembarcar no Aquário, o maior da Europa. Entre maio e outubro, um rico programa de atividades, em sede e fora dela, vai sendo oferecido para sensibilizar o público à conservação, gestão e sustentabilidade dos ambientes aquáticos. Degustação orientada, laboratórios para jovens e aulas sobre o conceito de sazonalidade e das espécies que são consideradas “pobres” e, por isso mesmo, pouco exploradas e conhecidas.
L de locomotiva e de Lombardia
A região da Lombardia confirma que é o motor da economia italiana. Milão, Bergamo e Brescia são os pistões, as válvulas de uma engrenagem que acelera. A troca comercial entre a região e os Estados Unidos tocou 10,4 bilhões de euros, dos quais sete de exportação de maquinários, moda e metais, um crescimento de 9,7%, em 2014. O Brasil corre atrás de uma parceria maior e assina um acordo de intenções no valor de 1,8 bilhões de dólares pela pena do presidente da Apex, Danilo Baroni, também comissário do Brasil na Expo. O pavilhão nacional se transforma, então, numa cabeça de ponte dos interesses brasileiros que vai dos setores da farmácia ao automobilístico, passando pelo maquinário, alimentos e pela green economy.
Política privada
Finalmente, depois de três anos, 56 conselheiros e ex-conselheiros (equivalentes ao cargo de deputado estadual) da região da Lombardia irão sentar nos bancos dos réus com a acusação de peculato e trufa. Entre os anos de 2008 e 2012, uma quadrilha instalada nas vísceras do poder lombardo usou e abusou das verbas de representação: gastos pessoais como bilhetes de loteria, jantares nababescos à base de lagosta e caviar, aparelhos como o Ipad e Iphone e outras despesas privadas na conta do erário público à custa do contribuinte. Uma vergonha para a classe política. Alguns acusados devolveram o valor das compras ilícitas, mas muitos outros acham que não fizeram nada de ilegal. O valor total é de três milhões de euros.
Virtuosismo laico
O senhor Bernardo Caprotti, dono da rede de supermercados Esselunga e um dos homens mais influentes e ricos da Itália não é judeu, mas colaborou, e muito, para a realização do Memorial da Shoah de Milão. Justamente o espaço dedicado às mostras recebeu o seu nome, homenagem em vida, algo raro por estas bandas, onde o reconhecimento chega sempre quando o potencial reconhecido já não está entre nós. Uma exposição chamada Aldo Carpi. Arte, vida e resistência acende os holofotes ao célebre artista que foi pintor, professor e diretor da Academia de Brera. Hebreu e membro da resistência milanesa, foi preso e deportado para os campos de concentração de Mauthausen e Gusen, em 1944, onde desenhava os horrores do holocausto. A mostra vai até 29 de maio e faz parte dos eventos da Expo 2015: www.memorialshoah.it
Rei Giorgio
Os 40 anos de carreira da grife Armani foram festejados em grande estilo. E não poderia ser diferente. Estrelas e astros de Hollywood, como Cate Blanchet e Leonardo di Caprio, compareceram em peso à abertura do presente que o estilista Giorgio Armani fez a si mesmo e, principalmente, para a cidade de Milão, que serviu de trampolim para o mundo. Trata-se do museu Silos, que reúne as principais peças das coleções que reescreveram os códigos da moda feminina e masculina, e ocupa uma antiga fábrica na ex-zona industrial de Tortona, com quatro andares que abrigam o inteiro percurso profissional e de vida de Giorgio Armani.