Vestibular all’italiana
O prestigioso colégio público Leonardo da Vinci cancelou as provas de acesso, um minivestibular de ingresso. Os testes serviam para selecionar os estudantes que tentavam entrar no liceu, como ainda chamam aqui a escola. Era uma prova de 45 questões de matemática, italiano e inglês, que dava o passaporte para o ensino superior. Na última seleção, apresentaram-se 800 candidatos para 250 vagas. Agora, daqui em diante, o futuro aluno vai ter que apresentar ao conselho da escola um pedido formulado pelos professores da média e, em caso de falta de vagas, se decide por sorteio. O teste foi declarado inconstitucional.
Expo
A Expo atraiu 22 milhões e 200 mil visitantes, provenientes de 146 países. Foi um sucesso, mas assim que o evento acabou, começou uma batalha sem fim pelo uso da área de 1.048.000 metros quadrados, metade destinada a se tornar um parque. O primeiro-ministro Matteo Renzi prometeu o Human Technopole, um centro de pesquisa avançada sobre as ciências da vida, como a genética, a criação de remédios inteligentes e o uso da nutrição preventiva. O problema é encontrar os recursos para financiar tudo e chegar a um compromisso que agrade a gregos e troianos, os investidores privados e os agentes públicos, como a Região, o governo e a prefeitura. Uma missão quase impossível.
Giulia e il Lupo
Pela primeira vez na Itália, uma vítima de abuso sexual por parte de um padre de paróquia escancara a própria vida, marcada por uma relação que durou toda a adolescência. Foram sete anos, durante os quais o padre de 45 anos abusou de uma jovem de 15. Ela cresceu, virou freira e, durante um percurso psicológico ainda em curso, decidiu contar a sua história para se liberar de um peso e alertar a sociedade sobre o fenômeno. As 139 páginas do livro revelam a estratégia, o mecanismo e a dinâmica do abuso sexual. O livro foi lançado pela editora italiana Ancora. A autora é a jornalista Luisa Bove, que organizou os depoimentos colhidos da freira formada em sociologia antes da conversão.
Cinema multicultural
A crise dos cinemas fechados é um fenômeno mundial. Mas, na Itália, algumas soluções chegam de onde menos se espera. Uma cidadezinha às portas de Milão, em Dergano, vai ver um velho estábulo transformado em cinema, pelo menos este é o projeto. Enquanto isso não ocorre, os filmes são exibidos nos pátios internos dos cortiços da zona, habitada por imigrantes, principalmente. O futuro cinema vai projetar apenas filmes em idioma original, que venham dos países dos moradores.
Milão e a start-up
A capital lombarda carece de uma rede que coloque em conexão as empresas que inovam e apostam na tecnologia. Como Barcelona, na Espanha, a cidade tem um enorme potencial e é um farol da inovação, com 14% das empresas, o dobro do segundo lugar, Roma. Mas não se fez um sistema e a fórmula do cada um por si dificulta a sobrevivência. Por isso, a Fundação Cariplo anuncia a criação da Cariplo Factory, um lugar para o trabalho dos jovens inovadores. A operação conta com parceiros de peso, como Microsoft, Fastweb, Terna e Novartis, e tem como objetivo criar dez mil novos empregos a quem está desembarcando no mercado de trabalho.