Guilherme Aquino
O cinema milanês ganha sua primeira multissala ao ar livre. A ideia chega do Anteo, célebre conglomerado que resiste à diminuição do público, acreditando em investimento em tecnologia, soluções criativas e programação de qualidade para recuperar os amantes da sétima arte. E o novo cartão de visitas chega com a crença no cinema a céu aberto, com duas telas opostas no mesmo espaço, pátio interno da igreja dell’Incoronata, tecnologia de sofisticados fones de ouvido, telas com 60 metros quadrados, projeção em 4k e 612 lugares espalhados pelos dois lados. Tudo ao custo de 170 mil euros em troca do aluguel do lugar para usar nos verões dos próximos cinco anos.
Trilhas lombardas
A região da Lombardia passa a limpo suas 4.215 trilhas e 239 vias de alpinismo. Com um investimento da ordem de 2,5 milhões de euros, os guias de alpinismo e técnicos da Instituição Regional para os Serviços de Agricultura e Florestas (Ersaf, sigla em italiano) irão sinalizar e vistoriar todos os caminhos que levam a locais isolados da confusão das cidades. A inspeção e a reparação das placas e a manutenção começam a partir e ao redor dos abrigos, que são 183 no total, pontos de partida de passeios e excursões rumo às montanhas lombardas. Nada mais justo do que oferecer qualidade de informações atualizadas e indicações seguras para uma caminhada sem riscos de acidentes, de vários tipos, da perda de orientação à queda num precipício.
Vela
Não se leva em conta que o Idroscalo seja uma poça, nos arredores do aeroporto de Linate, se comparado ao Lago de Como, o alto-lago, a partir de Dervio, por precisão, em função do tamanho e do vento. Brincam dizendo que as rajadas esporádicas no Idroscalo vêm dos aviões que pousam ou decolam ali perto. Maldade ou inveja deste lago artificial aberto em 1920, que tem a sua base metropolitana de vela com 2.200 inscritos, a número um do país, deixando em segundo La Spezia. A liga naval milanesa comemora 125 anos e conta com um espaço de quatro mil metros quadrados para milhares de jovens iniciarem na arte da vela, na sombra do Duomo. O problema é a constante falta de vento. Nada muito importante para os marinheiros de primeira viagem que querem aprender os pequenos segredos. E se sabe que, com vento forte, todos correm igual. Já com vento fraco, todas as diferenças vêm à gala.
Milão sustentável
A cidade se confirma como uma das pioneiras italianas no campo da mobilidade sustentável. Nasce o serviço de scooter sharing, triciclos compartilhados. Uma frota com 150 veículos com três rodas, da Piaggio, vai rodar pelas ruas milanesas, a título experimental, a princípio. E ao custo estimado de 25 centavos de euros por minuto e com garantia de renovação da frota a cada 50 mil quilômetros ou quatro anos de uso. O sistema é semelhante ao car sharing, hoje, com 1.500 carros espalhados pela cidade. Através de um aplicativo, o cliente localiza o triciclo mais próximo e com uma senha Pin aciona a moto. Pega onde encontrar e deixa onde quiser, exatamente como ocorre com os veículos de quatro rodas.
Japão milanês
O espetáculo da tecnologia alimentar japonesa, exibido no pavilhão do sol nascente, assombra a Exposição Universal. Com uma bela mostra, totalmente interativa e cheia de conteúdo, o país tem sido o mais procurado pelos visitantes que esperam, com paciência chinesa, mais de uma hora na fila para ficar ali dentro por bons 50 minutos. O encanto provocado pela mensagem de harmonia, decantada em instalações audiovisuais de tirar o fôlego e abrir o apetite, desemboca no restaurante que, a preços módicos, propõe os pratos que o público já “comeu” virtualmente, com os palitinhos reais que manipulam o alimento projetado nas telas de cristal líquido. Uma experiência multissensorial e que vale a pena ser vista e vivida.