Comunità Italiana

Milão

Campo de Batalha
A guerra pela posse dos terrenos destinados à Expo 2015 está provocando uma paralisia total, em Milão. Um time de advogados, consultores e técnicos trabalha em meio a uma areia movediça de insidiosas propostas privadas em nome do bem estar da coletividade.A grande questão gira em torno do pós-Expo 2015. A ideia é de dividir o uso dos terrenos, metade para os investidores e a outra parte para o setor público. A questão central é de quanto seria o volume permitido para a construção de novos imóveis e os tentáculos da especulação imobiliária. Em jogo, quantias da ordem de meio bilhão de euros.

Vende-se
A torre Velasca, um dos símbolos de Milão, está à venda. Ela foi construídaem 1958, em apenas dois anos, numa área residencial desaparecida durante o raid aéreo inglês-norte-americano, na Segunda Guerra Mundial. O proprietário é o grupo Fondiaria Sai, do empresário empreiteiro Salvatore Ligresti. O valor é top-secret. Mas o imóvel possui 26 milmetros quadrados, entre apartamentos e lojas, espalhados pelos 27 andares, bem no centro da cidade, além de um total de218 vagas de automóveis. Quase metade do prédio está vazio.

Gato por lebre
{mosimage}Os camelôs que montam barraquinhas nos Navigli, nobre zona culturale residencial de Milão, estão no prejuízo. Eles foram tirados das ruas pela guarda municipal, mesmo depois de terem pago dois mil euros, por cabeça, para trabalhar em paz, na calçada, durante os três meses de verão. O pagamento foi feito à Associação Cultural Naviglio Pavese, que reúne proprietários de bares e restaurantes daregião. Suspeita-se que o valor total pago pelos ambulantes corresponde à soma devidapelos comerciantes à prefeitura pelo direito de espalhar mesas e cadeiras em umaárea de 3.550 metros. Alguém comprou gato por lebre.

Vida dura
O Centro de Identificação de via Corelli, mais uma vez, foi palco de conflitos entre extracomunitários – muitos transexuais brasileiros – e a polícia. O problema é a velha conhecida falta de condição de hospedagem para os imigrantes irregulares que esperamos documentos de expulsão do país. O novo pacote de segurança estendeu o prazo de permanência nesses centros – espalhados emtoda a Itália – de dois a seis meses. No CEIde Milão existem 119 pessoas, 80 homens, 22 mulheres e 17 trans.


Milão ganhou o título de cidade dos solteiros (as). Este é o resultado de uma pesquisa da prefeitura da cidade. O número de casamentos civis diminuiu, em 2009, em9% – a queda chega a 40% nos últimos dez anos – e existem 340 mil “famílias” com apenas um componente, de um total de 680 mil cadastradas. Neste universo estão as mulheresviúvas – vivem em média seis anos a mais do que os companheiros -, os casais LAT (livingapart together) que não renunciam à liberdade individual e fogem do desgaste darotina de um casamento tradicional morando em tetos diferentes – e os separados recentemente, além dos solteiros convictos.