Original e dublado
O programa de ir ao cinema na Itália prevê a comodidade de ouvir e entender — graças às impecáveis dublagens — e, naturalmente, sem ter que ler as legendas dos filmes exibidos em língua desconhecida que não seja a própria. O espectador italiano também já se acostumou ao intervalo entre um primeiro tempo e o segundo da projeção da película, como num jogo de futebol. Em Milão apenas três cinemas oferecem filmes em língua original: Anteo, Mexico e Arcobaleno. Mas não para todas as sessões.
Poluição política
Em tempo de internet, com a teia dos facebooks e twitters da vida, que se alarga aos confins do universo — a custo financeiro quase zero mas alto em criatividade —, a arcaica política italiana continua a fazer propaganda antiga e cara. Neste mês de eleições, os cartazes das campanhas eleitorais inundam as ruas, os tetos e as fachadas dos prédios. Para se ter uma ideia, um outdoor “padrão” de seis metros de largura por três de altura custa entre 200 e 550 euros — dependendo do local. E exposição por 14 dias de 33 painéis iluminados e verticais, 9×6, vale cem mil euros.
Dados humanos
A prestigiosa universidade milanesa Bicocca abriu uma start-up para rastrear nas redes sociais as informações que circulam entre os usuários. O objetivo é capturar dados estatísticos e transformá-los em um negócio atraente e “pseudo-alternativo”, já que de alternativo não tem nada, pois as opiniões e os conselhos são praticamente exibidos na rede sobre tudo e por todos. A interceptação de gostos e tendências corre tão veloz quanto o tempo real. É a nova fronteira do consumo e do comércio.
Realidade milanesa
O serviço de Radiobus oferecido aos jovens para o retorno de casa após a noitada numa discoteca ou em um bar chegou ao fim da linha depois de 13 anos de atividades. Ele circulava pelos principais “pontos” da vida noturna milanesa e era a garantia para os pais de que os filhos voltariam em segurança, bêbados ou não, mas longe do risco de um acidente rodoviário. O preço da tarifa variava de 2,50 a 4 euros e os passageiros eram deixados na porta de casa. Mas a criação de 11 novas linhas gerais noturnas resolve, em parte, o problema já que a circulação do Radiobus agora fica limitada aos quarteirões internos da periferia.
Expo
O primeiro pavilhão da Expo 2015 será chinês. A China não foi o primeiro país a assinar e a confirmar a participação (a abre-alas foi a Suíça). Mas tudo indica que vai ser a primeira nação a construir o seu espaço depois de ter conquistado um dos maiores terrenos colocados à disposição. China Vanke , o colosso mandarim do setor imobiliário, já desembarcou e promete transformar o local em um grande restaurante que vai servir pratos saudáveis e a preços contidos, num ambiente equipado para quem quiser socializar e compartilhar opiniões e projetos para a cidade.