milão

Concorrência desleal
O homônimo filme de Ettore Scola, que trata da batalha entre dois comerciantes, sendo um deles um judeu perseguido pelas leis fascistas, agora empresta seu nome para a ação coletiva de taxistas de Milão contra a UBER. Uberblock e Uberpop são algumas referências desta nova realidade do transporte privado na Itália. No cerne do problema estão o estacionamento em solo público e o uso de geolocalizadores para colocar a frota em operação, o mesmo sistema usado pelo rádio-táxi. O recurso cautelar foi apresentado em Roma, a partir da sentença de Milão. O objetivo é a suspensão definitiva do famoso aplicativo.
Solidariedade milanesa
A Cariplo é a sigla que está para Cassa di Risparmio delle Province Lombarde. Mas esta importante fundação também é sinônimo de filantropia desde 1991. A celebração dos 25 anos de atividades ocorreu com o anúncio de um plano trienal de 12 milhões de euros para o combate à pobreza. E a Cariplo vai doar 10 milhões para cada 5 milhões recolhidos por outras fundações de empresas e sujeitos privados que operam no território. Tudo vai ser usado na luta contra a miséria que ameaça uma inteira geração de menores de idade, cerca de 200 mil crianças e suas famílias, em grande dificuldade nesses tempos de crise.
Periferia inovativa
A criação de empresas na periferia milanesa superou as expectativas. O ano novo começa com uma promessa transformada em realidade, depois de meia década de contribuição pública da ordem de sete milhões de euros por parte do município de Milão. Para cada milhão de euros de investimentos, o retorno em volume de faturamento foi pouco superior a quatro vezes mais, ou seja, cerca de 314 milhões, no total. As 570 empresas nascidas, principalmente na zona periférica, criaram cinco mil postos de trabalho. A aposta saiu vitoriosa e, por tabela, ajudou a regenerar zonas esquecidas da cidade como Greco-Bicocca, Certosa, Villapizzone, Barona e Corvetto.
O cão que morde o rabo
Durante o verão, os centros de acolhimento de Milão receberam cerca de 700 imigrantes por noite. Agora, no inverno, este número caiu para 200. Ninguém sabe onde foram parar os clandestinos. Eles deixam os centros depois de uma autocertificação, sem algum valor jurídico, pois agentes da Justiça não trabalham nestes locais. Se assim fosse, todos os imigrantes registrados oficialmente na Itália não poderiam deixar o país, segundo a lei europeia. E isso provocaria o colapso das estruturas. Mas todas as vezes que um terrorista é um imigrante clandestino a questão volta à tona, entre gritos e sussuros da classe política. Este foi o caso do tunisiano Anis Amri, morto em Sesto San Giovanni, depois da fuga de Berlim, onde atropelou e matou 12 pessoas com um caminhão roubado.
Alta filosofia
Só a filosofia salva. Este pode ser o lema da nova universidade da alta política, recém-fundada pelo filósofo Massimo Cacciari, em Cesano Maderno, na grande Milão, em plena Brianza. A nova academia funcionará dentro do Palazzo Arese Borromeo e segue os passos do famoso modelo francês de formação de dirigentes políticos. Esta seria a única saída para relançar a Itália e a Europa, segundo o grande defensor da inclusão da periferia urbana. O curso vai contar com a presença de renomados professores internacionais, uma biblioteca de excelência e um centro de estudos para pesquisa.