Empresa do governo comprará até 5% da operadora de telefonia
(ANSA)
O ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Carlo Calenda, negou neste sábado (7) que a operadora TIM, a maior do país, esteja sendo alvo de uma intervenção do Estado.
A declaração foi dada no Twitter, após a Cassa Depositi e Prestiti (CDP), empresa controlada pelo Ministério de Finanças, ter aprovado a compra de até 5% das ações da TIM.
“Ninguém defende participações estatais, a CDP não está assumindo o controle da TIM, mas a TIM possui um ativo de interesse público – a rede – e é justo acompanhar”, afirmou Calenda, um liberal assumido.
Os jornais italianos especulam que a movimentação da CDP seria uma forma de criar uma “aliança italiana” contra o grupo francês Vivendi. O principal acionista da operadora, com quase 24% de participação. Nos últimos meses, o governo e a Vivendi se distanciaram, principalmente por discordâncias em relação ao futuro da TIM.
O desejo de Roma era a criação de um gigante para administrar a infraestrutura de rede na Itália, unindo a operadora com a OpenFiber, empresa de fibra ótica controlada pela companhia energética Enel – também do governo – e pela própria CDP. Mas o projeto não atraiu a Vivendi.
Além disso, o governo questiona o avanço do grupo francês na TIM e o acusa de não ter informado as autoridades sobre a tomada do controle de uma empresa considerada estratégica para o interesse nacional. Por conta disso, o gabinete do primeiro-ministro Paolo Gentiloni ativou o chamado “golden power”, recurso que dá a Roma poderes para proteger companhias estratégicas.
Outras empresas
No fim de março, a TIM notificou as autoridades que pretende desincorporar sua rede, que passará para uma nova empresa com ativos e funcionários próprios. Se fizer parte do grupo de acionistas da operadora, a CDP também terá participação na companhia que será criada para gerir a infraestrutura de rede.
A operadora ainda possui duas empresas estratégicas para o interesse nacional: a Sparkle, dona de uma rede de 500 mil quilômetros de cabos de fibra ótica, e a Telsy, fornecedora de telefones, aparatos e sistemas à prova de interceptações.