Embaixada da Itália realiza evento em Porto Alegre para reforçar presença no Sul brasileiro
Terceiro maior parque industrial do Brasil, responsável por 7% da economia brasileira e um PIB per capita bem acima da média nacional, o Rio Grande do Sul representa um dos principais atrativos para os investimentos italianos no país. O laço histórico se dá não apenas pela comunidade existente, a segunda maior em território nacional (depois de São Paulo), mas também pela forte presença de empresas italianas, como Adle Pelzer, Pirelli, Endesa, ATOM e Assicurazioni Generali.
Para estreitar ainda mais a relação entre os Pampas e a Itália, a capital gaúcha recebe uma missão formada por representantes de 12 empresas e de renomados centros universitários de pesquisa. Organizada pela Embaixada italiana, acontece entre 14 e 15 de abril com o objetivo de apresentar aos empresários brasileiros o programa governamental Destino Itália.
— A missão está inserida em um verdadeiro método de trabalho idealizado pelo embaixador Raffaele Trombetta, e já foi experimentado com resultados positivos nos estados da Bahia e do Paraná. Estas iniciativas se caracterizam pela abordagem integrada a temas que interessam ao nosso país, como a atração de investimentos e de fluxos turísticos para a Itália, o apoio ao ingresso de nossas empresas no Brasil, a promoção das universidades italianas, como a colaboração bilateral nos setores científicos e tecnológicos — explica o conselheiro econômico e comercial da Embaixada, Cristiano Musillo.
A programação inclui uma visita ao parque tecnológico Tecnopuc de Porto Alegre e uma reunião operativa, na presença de representantes das universidades do estado, concentradas nas possíveis colaborações bilaterais em setores de pesquisa e desenvolvimento. O evento prossegue com um seminário na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), com foco na Expo 2015, na possibilidade de investimentos brasileiros na Itália e na apresentação do programa Destino Itália.
Participam da agenda membros do Instituto para o Comércio Exterior italiano (ICE) e da Agência Nacional do Turismo (ENIT). Os setores da economia do estado foram escolhidos de acordo com as demandas dos industriais locais e a oferta do setor produtivo italiano.
As energias renováveis estão entre as temáticas.
— O Rio Grande do Sul apresenta importantes projetos de diversificação da matriz energética. O consórcio composto pela empresa estatal de energia elétrica (CEE) e a Eletrobrás estimou em R$ 520 milhões (cerca 162 mil euros) o investimento necessário para a linha de transmissão que ligará os principais parques eólicos do Paraná aos do Rio Grande do Sul — detalha Musillo.
Outros assuntos dizem respeito ao tema óleo e gás. O estado gaúcho reúne importantes polos para a construção naval e o fornecimento à indústria petrolífera. A FIERGS estima que as empresas instaladas no Rio Grande do Sul devam enfrentar uma demanda de aparelhos e equipamentos offshore para uma soma superior a US$ 7 bilhões. A iniciativa da Embaixada representa um acompanhamento da missão do setor O&G realizada em junho de 2013 no Rio de Janeiro.
O agronegócio também será um dos protagonistas do encontro, já que o estado concentra a maior quantidade de empresas agrárias, produzindo commodities, como arroz, carne e soja — além de produzir 65% do total de maquinários agrícolas brasileiros.
— A EGP apresentará os planos de investimento e as possibilidades para o Rio Grande do Sul. Vamos focar nas excelentes condições existentes na região para o desenvolvimento de parques eólicos. A empresa já é parceira de algumas companhias eólicas, como a Camargo Schubert, especializada em medição do vento — explica à Comunità Enrique de las Morenas, country manager da Enel, presente no evento.
A EGP participou da missão na Bahia em dezembro de 2013, quando fez parte do grupo de empresas italianas que estavam se apresentando às instituições baianas.
— A expectativa com a missão ao Rio Grande do Sul é criar um primeiro nível de relacionamento com as instituições do estado, com o magnífico cartão de apresentação do embaixador. Normalmente, esses contatos são úteis para conhecer os programas estaduais de incentivos. Isso faz com que a Enel possa planejar melhor qualquer possível investimento na região — finaliza Enrique de las Morenas.