Zeffirelli tinha 96 anos e morreu neste sábado (15) em casa, na Itália
Morreu neste sábado (15) o diretor de cinema italiano Franco Zeffirelli. Ele tinha 96 anos. Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), o filho de Zeffirelli, Luciano, confirmou que seu pai morreu em casa por volta das 12h deste sábado na Itália (cerca de 7h do horário de Brasília).
“Ele sofreu durante um tempo, mas se foi de uma forma pacífica”, afirmou Luciano.
Ópera e Shakespeare
Zeffirelli ficou famoso por dirigir filmes como “La Traviata” e “Romeu e Julieta”, pelos quais foi indicado ao Oscar, mas também por produções de óperas e obras para a televisão. De acordo com a AP, o cineasta encantou as plateias pelo mundo com sua visão romântica e produções muitas vezes extravagantes.
Em uma entrevista em 2013, quando completou 90 anos, ele afirmou que o público em geral se lembraria dele principalmente por sua produção de “Romeu e Julieta”, que ganhou as telas em 1968, além da minissérie para a televisão “Jesus de Nazaré”, de 1977, e o filme “Irmão Sol, Irmã Lua”, de 1972, que foi um tributo a Santo Antonio de Assis, informou a agência Reuters.
Nascido em 12 de fevereiro de 1923 em Florença, Zeffirelli foi fruto de um caso extraconjugal entre sua mãe, costureira de sucesso casada com um advogado, e um cliente vendedor de tecidos.
Segundo a agência France Press (AFP), a mãe do cineasta, como não poderia dar ao filho o sobrenome do marido ou do amante, escolheu um nome que ouviu em uma ópera de Mozart, que falava dos “zeffiretti gentili” (ventos suaves). Um erro de transcrição no cartório o transformou em Zeffirelli.
Um dos poucos artistas que apoiaram politicamente o polêmico Silvio Berlusconi, Zeffirelli foi senador do partido fundado pelo magnata das comunicações, Forza Italia, de 1996 a 2001.
Em suas memórias, o cineasta assumiu sua homossexualidade e disse que foi apaixonado pelo grande cineasta e intelectual Luchino Visconti, com quem colaborou durante muitos amos. “Sou homossexual, mas não gay, uma palavra que odeio, que é ofensiva e obscena”, escreveu.
“Com Visconti vivi um amor atormentado, esgarçado, mas nunca apagado. Para mim, Luchino era o modelo de tudo o importante”, acrescentou Zeffirelli, que lembrou ainda seu amor por Maria Callas, “a única mulher por quem me apaixonei”.
(Com informações da AFP e do G1)