O número de mortes provocadas pelo vírus do ebola nos últimos meses passou de 4 mil, apontou hoje, dia 10, um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ainda de acordo com organismo, 4.033 pessoas faleceram e 8.399 foram contagiadas até o momento.
Casos foram registrados em sete países, Guiné, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Espanha e Estados Unidos.
Brasil
Um homem proveniente da Guiné com suspeita de ebola, o primeiro caso deste tipo no Brasil, foi transferido de Cascavel, no Paraná, para o Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (10).
Souleymane Bah, de 47 anos, está no Brasil desde 19 de setembro. Ele passou a sentir febre alta na última quarta-feira (8) e procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), já em Cascavel, um dia depois. Nesta sexta-feira, ele foi transferido para o Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), onde está internado na sede carioca do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Atualmente, ele passa por exame.
Segundo o Ministério de Saúde, o transporte do guineense foi feito sob as regras internacionais para casos de suspeita de ebola. Após a chegada de Bah ao Rio, uma equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi convocada para fazer a desinfecção da aeronave.
Dois médicos do Ministério da Saúde foram enviados para Cascavel para avaliar a saúde das pessoas que tiveram contato com o africano. Cerca de 64 pessoas, entre médicos, enfermeiros, pacientes e até policiais, serão monitorados pelos próximos 21 dias, tempo necessário para o ebola se manifestar. Além das pessoas na UPA de Cascavel, outras quatro que viviam com ele também ficarão sob observação.
Situação sob controle
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, em entrevista coletiva, afirmaram que, apesar da primeira suspeita de ebola no Brasil, a situação está sob controle. Barbosa informou que os primeiros exames para averiguar se Souleymane Bah foi contaminado pelo já foram enviados ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, local designado pelo governo brasileiro para fazer as análises de casos suspeitos de contaminação do vírus. “Ele já realizou exames para malária e deu negativo”, disse Chioro.
O ministro e o secretário estipularam um prazo de 24 horas para que sejam colhidos os resultados dos outros exames.
Segundo Chioro, Bah, de 47 anos, apesar de ter alegado febre alta na quarta-feira, não apresentou sintomas nos primeiros exames realizados em Cascavel, um dia depois. “Quando foi examinado, ele não tinha febre”, disse o ministro.
Barbosa afirmou que as chances de contaminação são mínimas, caso o exame do guineense dê positivo para o vírus. “Quando foi atendido, ele não tinha febre. Além disso, não teve hemorragia, nem diarréia. Por isso, os profissionais de saúde que o atenderam não tiveram contato com seus fluídos corporais”, disse o secretário de Vigilância em Saúde.
Arthur Chioro enalteceu o trabalho das secretarias de saúde de Cascavel, do Paraná e as autoridades federais, como a Anvisa. “Todos os procedimentos foram realizados em tempo e com o protocolo corretos”.
Os representantes do governo federal afirmaram que Bah chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, vindo do Marrocos. Ele entrou no país pelo aeroporto de Guarulhos, diferente das primeiras informações, que davam conta que ele havia chegado pela fronteira terrestre com a Argentina.
África
O ministro da Saúde afirmou que o Brasil deve enviar nos próximos dias uma ajuda humanitária aos países africanos afetados pelo ebola. “Houve uma solicitação das Nações Unidas (ONU) à presidente Dilma, durante a assembléia geral, em Nova York”, revelou Chioro. Segundo o ministro, a ajuda poderá ocorrer com a doação de material e equipamentos, como ambulâncias, caminhões, roupas e aparelhos, ou em recursos financeiros. A Casa Civil analisa a proposta. (ANSA)