BIANUAL

BIANUAL

A partir de
Por R$ 299,00

ASSINAR
ANUAL

ANUAL

A partir de
Por R$ 178,00

ASSINAR
ANUAL ONLINE

ANUAL ONLINE

A partir de
Por R$ 99,00

ASSINAR


Mosaico Italiano é o melhor caderno de literatura italiana, realizado com a participação dos maiores nomes da linguística italiana e a colaboração de universidades brasileiras e italianas.


DOWNLOAD MOSAICO
Vozes: Cinco <br>Décadas de Poesia Italiana

Vozes: Cinco
Décadas de Poesia Italiana

Por R$ 299,00

COMPRAR
Administração Financeira para Executivos

Administração Financeira para Executivos

Por R$ 39,00

COMPRAR
Grico Guia de Restaurantes Italianos

Grico Guia de Restaurantes Italianos

Por R$ 40,00

COMPRAR

Baixe nosso aplicativo nas lojas oficiais:

Home > Mostra olímpica

Mostra olímpica

22 de agosto de 2016 - Por Comunità Italiana
Mostra olímpica

Mostra olímpicaPor ocasião dos Jogos Olímpicos, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro inaugura uma mostra que expõe esculturas, ânforas e mosaicos que retratam cenas esportivas dos Jogos na Antiguidade

O público carioca e as centenas de milhares de visitantes que visitam a cidade-sede dos Jogos Olímpicos têm uma oportunidade única para admirar de perto obras da Grécia Antiga, onde surgiram as primeiras competições, e do Império Romano, onde passaram a ser disputados os Jogos. No dia 26 de julho, o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) abriu as portas aos convidados para apresentar a mostra Os Jogos da Antiguidade/Grécia e Roma, que exibe cerca de 50 obras milenárias, entre as quais esculturas que representam atletas, objetos usados nas competições, ânforas e mosaicos que retratam cenas esportivas.
— A ideia da exposição surgiu através de um convite do diretor do Instituto Italiano de Cultura do Rio, Andrea Baldi. Há quatro anos ele apresentou esse projeto já pensando nas Olimpíadas e logicamente eu abracei essa ideia, que é excepcional. Hoje mostramos esse acervo primoroso. É uma grande honra e um privilégio estar podendo proporcionar à sociedade conhecimento de um momento importante da história da arte universal — afirmou à Comunità a diretora do museu, Mônica Xexéo, na inauguração da mostra.
De acordo com Baldi, a exposição mostra como os Jogos Olímpicos têm-se desenvolvido ao longo dos tempos e como originalmente eram totalmente diferentes daquilo que são agora.
— Antes eram mais ligados a um discurso de honra, sobre a importância que tinham a partir de um ponto de vista religioso, pois os Jogos sempre foram vinculados a uma cerimônia religiosa — afirmou o diretor italiano.
As obras são provenientes de dez das maiores coleções italianas, como o Museu do Vaticano, o Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, o Museu de Arte Clássica Universidade de Roma Sapienza e o Museu Nacional Etrusco de Villa Giulia, em Roma.
O novo embaixador italiano no Brasil, Antonio Bernardini, participou da inauguração e apreciou com interesse as obras explicadas pela curadora da mostra, Annalisa Lo Monaco.
— A exposição tem mais significados. Principalmente é uma demonstração de apoio italiano para o sucesso das Olimpíadas do Rio e também da participação italiana na cidade. Trouxemos o tema dos Jogos Olímpicos na Grécia e Roma Antiga ao Rio como testemunho da cultura italiana nesta cidade maravilhosa — ressaltou o diplomata pugliese.
A exposição que tem o patrocínio do Comitê Olímpico italiano (Coni) e das instituições italianas foi especialmente pensada para o Rio de Janeiro. Após o dia 2 de outubro, as obras retornarão aos seus museus de origens.

Uma visita privilegiada com a explicação da curadora italiana
No dia seguinte à inauguração, em 27 de julho, um grupo de visitantes teve o privilégio de visitar a exposição com as ricas explicações de um dos curadores italianos, a historiadora Annalisa Lo Monaco. O outro curador e professor da Universidade La Sapienza, Eugenio La Rocca, não pôde comparecer ao evento e à inauguração.
 — A primeira coisa que a gente quis fazer foi demonstrar as diferenças e as semelhanças entre as Olimpíadas modernas e as antigas — relatou a historiadora italiana, apresentando a escolha dos temas da exposição.
Lo Monaco lembrou que os Jogos Olímpicos da era moderna foram inaugurados em Atenas em 1896 por iniciativa do barão de Coubertin e têm apenas 120 anos. No entanto, os Jogos do mundo antigo se desenrolaram por 1169 anos, desde o ano 776 a.C. até 393 d.C.
— A maior semelhança entre as duas Olimpíadas é a sequencia de realização, pois ambas se realizavam a cada quatro anos. Em todo o resto há somente grandes diferenças entre elas, principalmente na organização: as antigas aconteciam sempre no mesmo lugar, que era um santuário de Olímpia dedicado a Zeus, na região ocidental do Peloponeso — explicou a curadora ao público atento.
Com o passar dos anos, os gregos construíram edifícios adequados para realização das competições e também para acolher o grande público.
— Os edifícios foram alguns dos pontos principais com os quais temos conduzidos à organização da disposição da mostra — afirmou a italiana.
A exposição é dividida em três grandes áreas: Jogos na Grécia, Jogos em Roma e os prêmios, sendo que as primeiras duas salas têm o objetivo de mostrar o lugar em que se desenvolvem. Na área dedicada à Grécia antiga, a sala tem o formato de um estádio com a parede retilínea de um lado e curva de outro, que era o lugar onde se desenrolavam as corridas e o atletismo mais pesado: boxe, pugilismo e pancrácio. A sala dedicada à Roma Antiga tem o formato de anfiteatro, que era onde se desenrolavam as modalidades olímpicas.
— Os Jogos da Grécia são principalmente religiosos e nascem no interior dos santuários como oferta à divindade. Em Roma, existe a dimensão de festa religiosa, mas, com o passar do tempo, isso se perde e os Jogos se tornam um espetáculo. Roma é mais próxima à nossa sensibilidade atual: existiam jogos de equipe que na Grécia não existiam e havia também os torcedores e até imperadores que torciam por seu time favorito, como Calígula, que apoiava a facção verde das aurigas — resumiu Lo Monaco.
A curadora explicou que a mostra é organizada de acordo com as diferentes modalidades esportivas.
 — A primeira é a corrida, pois foi a única modalidade presente na inauguração em 776 a.C., em torno do templo de Zeus — frisou a historiadora e doutora em arqueologia pela Universidade La Sapienza de Roma.
Ao indicar uma estátua de um atleta nu em posição de corrida, Lo Monaco relatou que os Jogos da antiguidade no começo eram disputados somente por homens, pois as mulheres só começaram a participar em 1920.
Além de ser um atleta homem, a estátua mostra outra característica da época antiga: a nudez.
— Os atletas passavam óleo no corpo todo para que brilhassem ao sol, o que mostra que a razão seria tanto estética quanto também higiênica para proteger o corpo do suor. Também havia outra razão, talvez a mais importante, que era baseada na democracia: os homens nus eram todos iguais, sem distinção de classe social — explicou Lo Monaco.

Mosaico romano é mostrado pela primeira vez ao público
A mostra esconde um verdadeiro tesouro para os visitantes: na sala dedicada aos Jogos romanos, pela primeira vez, é possível admirar o mosaico recém-restaurado do II século d.C.. com cena de atletas que treinam para a luta.
— O mosaico foi descoberto 20 anos atrás e é a primeira vez que é apresentado ao público não apenas brasileiro, mas mundial — revelou a curadora, indicando a peça encontrada em um piso dentro de uma terma.
Lo Monaco contou também como a música presente no mosaico era um elemento muito importante na antiguidade, porém a documentação é escassíssima.
— Na peça está representada também uma cena de entretenimento sexual, o que era muito comum no mundo antigo. À diferença de hoje, a atividade sexual era integrada no sistema de ensino e fazia parte do cotidiano, sendo exercida em público na presença de espectadores, como podemos ver nesse mosaico — afirmou a curadora.
Na mesma sala está exposta uma peça que chamou a atenção do público: as placas com grafites dos espectadores que, durante as competições, esculpiam o perfil dos atletas para os quais torciam.
 A última sala é dedicada às premiações, uma das maiores diferenças em relação às Olimpíadas modernas. De acordo com Lo Monaco, nos primeiros séculos dos Jogos, os prêmios não eram em dinheiro: aos vencedores eram concedidas honra e glória. Quem premiava simbolicamente os atletas era a deusa grega Nike, que personificava a vitória ao chegar do céu à terra para premiar os vencedores. Na exposição está presente uma estátua da deusa do século I d.C., com longas asas na parte de trás da figura e com um movimento na vestimenta muito bem detalhado. Lo Monaco revelou que, com o passar dos anos, os atletas recebiam também um prêmio material: uma coroa de folhas entrelaçadas feita com ramos de oliveira, de louro ou até aipo. Ao longo dos anos, os vencedores recebiam uma ânfora cheia de óleo que está presente na mostra, provando como o prêmio simbólico passou a ser também econômico. Os visitantes que participaram da palestra ficaram extasiados pela interessante aula e por terem conhecido um evento antigo e tão atual como os Jogos Olímpicos.

Serviço
Os Jogos da Antiguidade – Grécia e Roma
Onde: Museu Nacional
de Belas Artes – Av. Rio Branco, 199 – Rio de Janeiro
Quando: Até 2 de outubro de 2016
Horário: De terça a sexta das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados das 13h às 17h
Ingresso: R$ 8,00 inteira, R$ 4,00 meia. Grátis aos domingos

 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.