A mudança na cidadania italiana aguarda decisão do Senado. Para o líder do governista Partido Democrático, não é bom colocar em discussão para depois não aprovar”.
Segundo a Ansa, a discussão sobre a mudança na lei da cidadania italiana foi retirada da agenda de setembro pelos líderes dos grupos partidários no Senado da Itália.
De acordo com Luigi Zanda, líder do governista Partido Democrático (PD), a aprovação da “DDL Ius Soli” “continua um objetivo prioritário e essencial do PD”.
“Nós queremos aprovar essa lei e para fazer isso é preciso debate, mas sobretudo, ter votos. Não é bom colocar em discussão para depois não aprovar”, concluiu Zanda.
O representante do partido de extrema-direita Liga Norte, Gian Marco Centinaio, afirmou que a decisão “é uma vitória nossa”.
Quem também celebrou o adiamento da discussão sobre a cidadania italiana foi o senador Andrea Mandelli, líder do Força Itália – de Silvio Berlusconi .
“Comemoramos a falta de inclusão no calendário da proposta que tem um texto ideológico, com finalidade errada. Sobre essa lei não há consenso no Senado como não há no país”, disse Mandelli.
Jus Soli – cidadania italiana
O objetivo do projeto é permitir que filhos de estrangeiros que nasceram na Itália tenham o direito à cidadania garantida.
Hoje a cidadania é garantida pelo jus sanguinis (“direito de sangue”).
Neste caso quando a pessoa chega aos 18 anos ela poderia solicitar a cidadania, se tivesse vivido durante este período na Itália.
Com o projeto foi apresentado pelo Partido Democrático (PD) de Gentiloni, isto não será alterado.
A mudança é que com a nova lei, as crianças nascidas no país podem solicitar o benefício.
Mas para isso é necessário que um dos pais tenham vivido, pelo menos, cinco anos na Itália, além de terem uma renda miníma estipulada.
Chamada de Jus Soli, a cidadania agora seria cedida por um direito ligado ao território.
Segundo a Ansa, o projeto também prevê o benefício para crianças que desembarquem na Itália até os 12 anos e que tenham estudado por mais de cinco anos no país.
Até o momento a discordância entre os partidos manterá a discussão parada, o que para uns pode ser uma chance de ganhar tempo, para outros, é visto como uma perda.
O líder do Movimento Democratas e Progressistas (MDP), formado por dissidentes do PD, Roberto Speranza, é um dos que discordam do adiamento.
“Novo atraso sobre o Ius Soli. Se nega a cidadania a 800 mil jovens italianos. É um decisão cultural inaceitável e um cessão à direita”, escreveu em seu Twitter.