Comunità Italiana

Atleta italiana descendente de imigrantes sofre agressão em Turim

 

Quem vai a Itália se encanta tanto com as suas paisagens, construções, cultura local e, é claro, com a sua hospitalidade. Conhecido por sua população calorosa e de bem com a vida, o país da bota é referência na Europa no quesito respeito um pelo outro

Porém, com o aumento constante das migrações e acolhimento de refugiados em contrapartida com as políticas de migração definidas pelo novo governo italiano, um outra faceta tem se apresentado em algumas partes do país. Exemplo disso, foi o caso ocorrido com a italiana filha de nigerianos de 22 anos Daisy Osakue.

Daisy Osakue após ter o ferimento tratado em hospital local

A atleta olímpica de arremesso de disco na categoria sub-23, Osakue, estava voltando para casa em Moncalieri, Turim, na noite do último domingo (29) quando foi atingida no rosto por ovos atirados de um carro que estava passando no local. Sozinha no momento da agressão, Daisy, após fortes dores no olho, teve que recorrer a um hospital local, onde foi constatado que havia sofrido uma lesão na córnea.

“Ataque estúpido e gratuito, para mim é racismo”

Em depoimento, a atleta relatou: “Eu gostaria de falar com esses caras para entender por que eles fizeram algo assim. Para mim, esse ataque estúpido e gratuito é racista . Eles fizeram isso de propósito. Eles não queriam me agredir como Daisy, eles queriam me agredir como uma garota negra. Eu já havia sido vítima de racismo, mas apenas verbal. Mas quando se trata de ação, significa que outra parede foi superada “.

A atleta encontra-se com o olho inchado e deve passar por uma cirurgia para remover os fragmentos da casca de ovo.

O prefeito de Moncalieri: “Você é uma de nós”

Determinado a prestar solidariedade a Daisy, o prefeito de Moncalieri, Paolo Montagna, garantiu  “Você é uma de nós – ele disse – e todo dia você nos deixa orgulhosos pela garota que você é e pelo que faz. Juntos, vamos isolar os culpados e os que entendam ou justifiquem seus atos”, acrescentou. “Não será fácil nem rápido, mas faremos isso juntos. Porque somos mais e esta cidade sempre rejeitou a violência, o racismo e os episódios de intolerância. Continuaremos a trabalhar a partir dos pequenos, das escolas, para cultivar novas gerações tolerantes e “humanas”. E vamos fazer também a partir da sua história, contar e compartilhar. Estamos com você, Daisy “.

(Com informações do Corriere della Sera)