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Nobel da Paz à União Europeia surpreende líderes e gera críticas

Mergulhada na maior crise financeira de sua história, a União Europeia venceu o Nobel da Paz. O prêmio surpreendeu líderes e também gerou críticas.

Dar o prêmio para a União Europeia foi explicado pelo comitê norueguês como uma homenagem a uma instituição que promoveu a paz e a reconciliação em um continente marcado por guerras. Em nenhuma parte do mundo se matou tanta gente como na Europa.

Foi um tratado em 1951 que criou o embrião da União Europeia. Era a união do carvão francês com a siderurgia alemã. De lá para cá, vários países foram entrando no mapa da construção dessa instituição. Agora é um mercado comum para 500 milhões de pessoas de
27 países, e uma moeda comum: o euro para cidadãos de 17 países.

O prêmio foi recebido em uma hora delicada de crise que sacode a Europa. O desemprego bate na porta de muita gente, particularmente dos jovens. São protestos diários, como na Itália.

O Nobel dividiu os cidadãos europeus. Perto do que sobrou do muro de Berlim, um homem elogiou a decisão. Mas uma alemã discordou: "A União Europeia é apenas um bloco comercial, nada mais", ela disse.

Outras lideranças ironizaram a premiação e lembraram que o bloco apoiou as guerras do Iraque, Afeganistão e outros conflitos. Mas, para os líderes do bloco, o prêmio é uma injeção de ânimo no momento em que a União Europeia nunca esteve tão questionada.

“É um raio de sol em um céu europeu que estava bastante sombrio", diz Manoel Barroso, presidente da Comissão Europeia.

O prêmio Nobel da Paz sempre foi uma escolha política. Em tempos de crise em que extremismo e nacionalismo voltam a ser opções para muita gente, os noruegueses, que não fazem parte da União Europeia, quiseram lembrar que os tempos de guerra não cabem mais, e que a União Europeia, com todas suas imperfeições, é uma instituição boa, literalmente, para todo mundo.

(G1)