Já se encaminhando para sua reta final, o governo do primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, entrou no meio de uma crise com a principal legenda da base aliada, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.
Na última terça-feira (17), os deputados da sigla conseguiram aprovar na Câmara uma moção que pede, de maneira indireta, que o mandato do presidente do Banco da Itália – o banco central do país -, Ignazio Visco, não seja renovado.
O pedido
No texto, os parlamentares do PD, partido liderado pelo ex-premier Matteo Renzi, cobram a indicação de uma figura “idônea” para guiar a instituição, a quem acusam de ter falhado na vigilância do sistema bancário nos últimos anos, quando diversas entidades financeiras do país quebraram ou ficaram à beira da falta de liquidez por causa dos erros de seus dirigentes.
Contudo, a ação foi considerada por analistas e pela oposição como uma intromissão do Partido Democrático, uma vez que a nomeação do chefe do Banco da Itália cabe ao presidente da República, após indicação do primeiro-ministro.
Além disso, o cargo ocupado por Visco é, em teoria, independente de governos e legislaturas, o que levantou temores sobre uma possível ação do PD para colher a autonomia da instituição. “A relação entre o governo e o partido de maioria é fundamental e ótima, de maneira geral”, declarou Gentiloni nesta sexta-feira (20), minimizando a crise.
O mandato de Visco termina no fim do mês, e ainda não se sabe se ele continuará no cargo ou se será substituído. “Existe um procedimento que envolve diversas instituições, e o governo tomará sua decisão no respeito da autonomia do banco”, acrescentou o primeiro-ministro. (ANSA)