Já a esquerda foi encurralada em seus bastiões históricos
DA ANSA
O norte dominado pela direita. O sul tomado pelo Movimento 5 Estrelas. E a esquerda encurralada em seus bastiões históricos, como Milão, Florença, Livorno e Bolonha. Esse é o mapa do voto das eleições legislativas na Itália, cuja apuração ainda não terminou, mas já fornece um retrato do país.
Com a radical Liga Norte, de Matteo Salvini, e o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, as forças conservadoras mantiveram o controle da parte setentrional da nação e ainda expandiram seus domínios para o norte da Toscana, região tradicionalmente “vermelha” e, para o centro do país.
O centro-norte da Itália é a área mais rica e desenvolvida da península, com regiões industriais e financeiras mais sensíveis ao ideário conservador. Ao contrário do sul – o chamado “Mezzogiorno” -, que apresenta maiores índices de pobreza e desemprego.
Na parte meridional do país, prevaleceu o voto de protesto no M5S. Do Lazio para o sul, o mapa italiano é praticamente todo amarelo, com exceção de um ou outro distrito conquistado pela direita na Calábria, o “bico de bota”. De resto, Puglia, Campânia, Sicília, Sardenha, Molise e Basilicata registraram uma “avalanche” antissistema, determinante para fazer do movimento o partido mais votado do país.
O lado derrotado
Reduzida a cerca de 20% do eleitorado, a esquerda conservou algumas fortalezas do centro-norte, principalmente nas regiões da Emília-Romana e Toscana. Também garantiu alguns distritos de Milão e Turim e a província autônoma de Bolzano, mas ficou por aí.
Ao sul de Roma não há um único ponto vermelho no “mapa do voto” na Itália. O Partido Democrático (PD), de Matteo Renzi, também foi alijado das costas do Adriático e do Tirreno, onde sempre teve força. Realizadas no último domingo (4), as eleições legislativas na Itália tiveram dois vencedores: o M5S, partido mais votado do país, com 32%, e a Liga Norte, com 17%, liderando a coalizão da direita, que deve ficar com 37% dos assentos no Parlamento.
Já a aliança de centro-esquerda, encabeçada pelo PD, teve cerca de 23% dos votos e passará para a oposição.