Comunità Italiana

Nota de propina de Vaccari

O ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Pedro Barusco, que fechou acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção dentro da Petrobras, entregou à Justiça um registro de contabilidade que aponta o pagamento de US$ 4,5 milhões de propina do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, publicou o jornal “Estado de São Paulo” Ainda de acordo com o veículo, Barusco admitiu que operava a contabilidade da propina na diretoria. Segundo ele, o PT arrecadava entre 1% e 2% de propina em contratos das demais diretorias da Petrobrás, “por ser ela quem passou a concentrar as contratações e fiscalizações de obras a partir de 2003. As diretorias de Abastecimento e Internacional seriam cotas do PP e do PMDB na estatal”.

Barusco afirmou à força tarefa da Operação Lava Jato no começo deste mês que o tesoureiro do PT recebeu US$ 50 milhões em propinas sobre 90 contratos da estatal petrolífera no período de 2003 a 2013. Ele declarou que o dinheiro foi recebido “em nome do PT”.
Um dos delatores da Lava Jato, Barusco foi braço direito de Renato Duque na Diretoria de Serviços da Petrobras.
Para não ser preso ele decidiu fazer delação premiada. Seus relatos provocaram a deflagração da explosiva My Way, nona fase da Lava Jato. Ele ainda disse, na ocasião, que Vaccari recebeu US$ 4,523 milhões “a título de propina do estaleiro Kepell Fels”.
Depoimentos – O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa está sendo ouvido nesta sexta-feira, 13, pela Justiça Federal, em Curitiba. O doleiro Alberto Youssef, ao contrário do que anteriormente informado, apenas vai acompanhar um dos depoimentos previstos para esta sexta. Os dois delatores da Operação Lava Jato foram chamados como testemunhas de acusação no processo criminal em que foram denunciados o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró e o lobista Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano – ambos apontados como elos do PMDB na arrecadação de propina na estatal.
Costa — que admitiu ser parte do esquema que arrecadava de 1% a 3% de propina em contratos da Petrobras a partir de 2004 — vai confrontar Cerveró e Fernando Baiano, que até agora negaram integrarem a organização criminosa denunciada pela força-tarefa da da Lava Jato.
Com os depoimentos desta sexta, o juiz Sérgio Moro encerra a fase de depoimentos de acusação da sétima fase da Operação Lava Jato – batizada de Juízo Final. Deflagrada em 14 de novembro de 2014, ela mirou os executivos do cartel acusado de corromper agentes públicos da Petrobras em troca dos contratos e o esquema envolvendo o PMDB na área internacional.
Cerveró e Fernando Baiano negam qualquer relação com o recebimento de propina, com crimes de lavagem de dinheiro. Por meio de suas defesas, os dois já recorreram das decisões que determinaram suas prisões, sem sucesso. Os dois estão presos na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Youssef – Em sua delação premiada, o doleiro mencionou o executivo Julio Gerin Camargo como operador de propina na Petrobras com o PT. Camargo também é delator e admitiu ter pago propinas ao esquema. O doleiro vai apontar a ligação do operador de propina na Diretoria de Serviços como homem ligado ao ex-ministro José Dirceu, ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, com a atuação do partido no esquema.
Camargo é apontado como intermediador da multinacional japonesa Toyo Engeneering do pagamento de propina em contratos envolvendo a Diretoria de Internacional, que era comandada por Cerveró.
Rio de Janeiro – O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, irá cobrar cerca de R$ 2 bilhões de petroleiras e outras empresas inscritas na Dívida Ativa do Estado. Em nota, autoridades locais explicaram que “apenas a dívida da Petrobrás chega a R$ 1,6 bilhão”.
O setor de petróleo e gás é o que mais paga tributos ao governo carioca. Com informações de jornal “Estado de São Paulo” e “Estadão Conteúdo”. (ANSA)