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O adeus a um visionário

21 de abril de 2016 - Por Comunità Italiana
O adeus a um visionário

O adeus a um visionárioNeto de um toscano e uma romana, o administrador que levou a Vale ao topo cultuava suas raízes italianas

A queda do monomotor que matou o ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, em março, representou um fim trágico não apenas para um dos empresários mais bem-sucedidos e visionários do país: encerra uma história de empreendedorismo que começou com a imigração italiana ao Brasil em 1890. O avô paterno era de Foiano della Chiana, uma pequena cidade da província de Arezzo, na região conhecida como Val di Chiana, um vale ocupado pelos etruscos na Antiguidade. A família estabeleceu-se primeiramente em Santa Rita do Passo Quatro (SP).
— Meu avô veio para o Brasil para trabalhar nas lavouras de café — revelou à Comunità em março de 2010, quando recebeu das mãos do presidente da Editora Comunità Pietro Petraglia o troféu ComunitàItaliana pelo reconhecimento aos serviços prestados à sociedade ítalo-brasileira. Na época, o economista era o presidente da Vale, de onde sairia no ano seguinte, após 10 anos na presidência na empresa.
Chamado de ex re del ferro pelo jornal italiano Il Sole 24 ore, Roger comandou a Vale durante o boom das commodities, sendo considerado o responsável pela sua ascensão ao posto de uma das maiores mineradoras do planeta com uma estratégia de expansão global — para a qual contribuiu sua visão da China como maior cliente. Adotou uma política agressiva de preços, entrou em novos mercados, como petroquímica, ferrovias e níquel, e viu o lucro da companhia saltar de 1,3 bilhões para 22,9 bilhões de dólares.
À Comunità, ele havia revelado que se encantou com a gastronomia de Florença em uma de suas visitas à Itália e que seu temperamento vinha de suas origens romana e toscana.
— Meu avô era uma pessoa extremamente calma. Ele era muito culto e tranquilo, quase um santo. Já a minha avó era a típica romana, brava toda a vida. Acho que herdei as características dela (risos), mas também tenho um lado calmo como meu avô — comentou na ocasião.
Antes de comandar a Vale, fez carreira no Bradesco de 1981 a 2000, chegando a diretor executivo. Em dezembro de 2011, criou a AGN Participações, uma companhia de logística e mineração. Desde 2012, estava à frente da B&A Mineração, joint venture da AGN com o BTG Pactual com projetos de exploração de fertilizantes, minério de ferro e cobre no Pará e no Chile. Agnelli integrou os conselhos de administração da Petrobras, CSN, CPFL, Latasa e Suzano Petroquímica. Passou a integrar o Conselho da Petrobras no início do primeiro mandato do presidente Lula, saindo em 2007. Foi eleito pela Harvard Business Review o quarto melhor CEO do mundo.
Entre suas últimas declarações à imprensa, levantou suspeitas sobre a tragédia ambiental envolvendo a barragem da Samarco, em Minas.
— Alguma coisa aconteceu: negligência não é; incompetência não é. Nada disso. A Vale e a Samarco são empresas absolutamente preocupadas com essas questões ambientais e, principalmente, com barragens. Alguma coisa muito fora do imaginável aconteceu — declarou ao O Estado de S. Paulo em novembro de 2015.
O Il Sole 24 ore lembrou suas divergências com o presidente Lula após a decisão de demitir duas mil pessoas na época da crise financeira global de 2008 e por ser contra a construção de siderúrgicas nacionais.
— Todo mundo sabe que eu tinha uma divergência pública com o Roger, que era de fazer investimentos no Brasil. Quando ele comprou navios na China, eu fiquei muito chateado. A teoria dele de que não poderia construir siderúrgica para não competir com os clientes era equivocada, porque a gente vendia minério de ferro com a China e depois a gente importava aço da China. Então era melhor que a gente produzisse o aço e exportasse para a China — afirmou Lula, logo após anunciar a substituição na presidência da Vale, em abril de 2011. Apesar disso, a relação entre ambos parecia amistosa: o ex-presidente comentava que “o Roger é tão bom que eu acho que vou levá-lo para o Instituto para trabalhar comigo”.
Roger Agnelli morreu aos 56 anos junto à esposa Andrea e aos filhos Anna Carolina e João. Morreram também a nora Gabriela, o genro Parris Bittencourt e o piloto Paulo Roberto Simões. Ele costumava dizer que, na hora da morte, queria que sua última visão fosse o rosto da esposa Andrea.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.