{mosimage}Pavilhão da Itália no Parque dos Atletas encanta público com materiais totalmente reciclados e prova que beleza rima, sim, com sustentabilidade
Entre os 44 pavilhões montados no Parque dos Atletas, o espaço italiano destacou-se e encantou os visitantes e a imprensa pela sustentabilidade do seu design. Com painel de energia fotovoltaica desenvolvido pela Enel, garantindo a produção de energia solar — paredes de bambu, cadeiras e mesas totalmente feitas com papelão e cortinas feitas com cordas — o projeto foi assinado pelo Studio Archea, do arquiteto Marco Casamonti, em uma realização do Ministério italiano do Ambiente, em parceria com mais de 20 empresas, como Tim, Pirelli e Telespazio.
— Fizemos o projeto com a ajuda de tecnologia italiana, que usa materiais simples, e com painéis fotovoltaicos de última geração na parte externa. Oito arquitetos de nossa equipe prepararam o projeto, que ficou pronto em um mês — explicou Casamonti à Comunità.
Cenas dos trabalhos de construção da Casa Italia na Rio+20, que duraram 10 dias, foram mostradas ao público em um vídeo exibido nas telas do pavilhão, que contou com visitas de autoridades não apenas italianas, como brasileiras e estrangeiras — a exemplo do vice-presidente do comitê preparatório da conferência oficial, Paolo Soprano; dos governadores de Goiás, Marconi Pirilo; do Acre, Tião Viana; do Amapá; Camilo Capiberibe; e de Pernambuco, Eduardo Campos; do vice-prefeito do Rio, Carlos Alberto Muniz; de Mario Garnero, presidente do Fórum das Américas; da presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marilene Ramos; e do presidente da Lombardia, Roberto Formigoni. Durante palestra sobre energia sustentável, o chairman da Enel, Paolo Andrea Colombo, ressaltou a importância do Brasil e do continente latino-americano para o grupo, presente em 16 países:
— O Brasil é uma realidade estratégica para o nosso grupo, principalmente com o atual crescimento econômico e a estabilidade do governo e do sistema regulatório, fator fundamental para nós. Tenho orgulho de dizer que os painéis deste pavilhão foram realizados pela Enel, consentindo a economia de uma tonelada de gás carbônico — afirmou Colombo.
Durante os dez dias da Rio+20, o espaço made in Italy sediou cerca de 20 conferências que abordavam e discutiam projetos sustentáveis, dentro de campos variados, como agricultura, arquitetura, habitação, energia e monitoramento de pegadas de carbono na indústria. O projeto Embaixada Verde também foi apresentado ao público no primeiro dia, quando aconteceu o coquetel de abertura.
O embaixador italiano Gherardo La Francesca mostrou-se satisfeito com o resultado do trabalho realizado pelo governo e pelas empresas do país.
— Não é apenas opinião minha, mas de quem passou por aqui. Este pavilhão é o mais belo, é a mostra da melhor tecnologia e do melhor bom gosto italiano. Ao mesmo tempo, dá extrema atenção à sustentabilidade. O conteúdo, com o melhor do empresariado italiano, demonstra que o país possui uma riqueza tecnológica de alto nível, um recurso que temos para enfrentar os problemas ambientais.
A delegação gozava de um ótimo prestígio durante a Rio+20, disse La Francesca.
— Dentro de meia hora, Clini vai presidir a Assembleia Geral da Conferência, em substituição a Monti. O fato de que ele tenha sido escolhido pela organização é uma clara demonstração da estima e do prestígio da delegação italiana — comentou o embaixador, enquanto visitava o Parque dos Atletas.
Brasil e Itália levarão energia sustentável
a países africanos
Durante o evento, o ministro italiano Clini firmou um acordo com o Brasil para promover a difusão da energia sustentável, sobretudo nos países em desenvolvimento. Estabelecido com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o programa prevê iniciativas conjuntas no setor de fontes de energia renováveis em países da África, como Moçambique e Etiópia.
“As empresas italianas e brasileiras podem oferecer aos países em desenvolvimento instrumentos para reduzir suas dependências de fontes energéticas degradantes e custosas, e ajudar no crescimento econômico e social, que é a solução para a pobreza, um dos temas centrais da Rio+20”, lembra Clini.