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Home > O fruto de Ischia

O fruto de Ischia

16 de dezembro de 2015 - Por Comunità Italiana
O fruto de Ischia

O fruto de IschiaConheça a história de uma das maiores marcas de sucos do Brasil, que começou com um campano que desertou e chegou ao Rio disposto a recomeçar a vida em família através de muito trabalho

Milhões de brasileiros bebem os sucos da marca Bela Ischia, mas poucos devem ligar o nome à bela ilha turística do golfo de Nápoles. Até chegar a abastecer supermercados, lojas de sucos e lares, a história da empresa começou com uma quitanda de frutas, na Praça XV de Novembro. Hoje, é a segunda maior empresa de sucos do Brasil. Tudo começou com a tenacidade de Giuseppe Diorio, um imigrante que adotou o Brasil para viver, na década de 1940, mas continuou carregando a sua bela Ischia no coração, a qual homenagearia com o nome da empresa que fundou. Porém, antes disso, como boa parte dos imigrantes italianos, passou por momentos dramáticos: lutou na Segunda Guerra Mundial, da qual desertou, passou vários meses escondido em uma caverna, onde chegou a perder a noção do tempo, e conseguiu voltar para casa, mas perdeu um irmão, um oficial da Marinha, no conflito.
— Outro irmão do meu avô, Francesco, já tinha vindo ao Brasil, e estava no Nordeste, onde trabalhava como estivador. Ele escreveu cartas, nas quais falava bem do país. Meu avô Giuseppe chegou aqui em 1944. Mas ainda ia à Itália de vez em quando, onde deixou a esposa. Ele ia e vinha. Foi então que minha avó escreveu-lhe, avisando que estava grávida da minha mãe, Teresa — conta à Comunità a neta de Giuseppe, Renata Tilli, diretora de marketing da empresa.
A família se transferiu definitivamente para o Rio de Janeiro e um dos filhos, Miguel, já nasceu na então capital federal. De estivador na Praça XV, Giuseppe Diorio montou uma quitanda em 1948, no mercado municipal que existia na época. Com a construção do Elevado da Perimetral, o mercado se mudou para o Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (Cadeg), em 1962, cenário do encontro entre as famílias Tilli, de origem vêneta, e os Diorio: ali o pai de Renata, Marcelino Tilli, conheceu a filha de Giuseppe, Teresa. Ambos se casaram e as famílias criaram uma sociedade. Hoje, Marcelino é o atual presidente da Bela Ischia.
No Cadeg, a família vendia maçãs, que comprava dos pomares do Rio Grande do Sul, além de outros frutos nacionais e importados. Depois, abriram atividade no Ceasa, inaugurado em 1977. Na década de 1990, Giuseppe Diorio, falecido em 2002, viajou até o Nordeste, de onde começou a trazer açaí, acerola e outras frutas então consideradas exóticas no Sudeste.
Em 1996, deram a guinada industrial: inauguraram a fábrica de polpas de frutas, na zona da mata mineira, com mais de 100 mil metros quadrados. Depois, começaram a fabricar concentrados em garrafas pet e sucos de caixinha. A Bela Ischia está entre os principais fornecedores de polpas para as casas de sucos do Rio.
A empresa deu preferência às máquinas industriais italianas para processar os sucos.
— Temos vários maquinários italianos. Um deles forma as garrafas pet, o outro conserva a polpa asséptica. Temos duas linhas, a que faz a polpa congelada e outra que faz a asséptica, que não precisa ficar no frio e não gera custo de energia — detalha a diretora de marketing.
Embora a recessão tenha diminuído um pouco o ritmo do crescimento, ele continua. Os diretores esperam fechar 2015 com um crescimento de 15% do faturamento, metade dos últimos cinco anos. Se a alta do dólar afetou o preço das frutas importadas, como os pêssegos do Chile, por outro lado, abriu oportunidades para a exportação. Para enfrentar a crise, lançaram uma linha integral, sem adição de açúcar.
O perfil familiar da empresa é semelhante a muitas empresas do Belpaese. Irmãos e primos trabalham juntos na diretoria da empresa e se dividem entre Astolfo Dutra (MG), onde está a fábrica, que emprega 500 pessoas, e a capital fluminense, onde mantêm escritório e uma central de distribuição.
— Nossa empresa tem uma história que não é impessoal, é familiar. Temos muito orgulho do meu avô, que chegou ao Brasil sem nada e aqui recomeçou toda uma vida, o que não é nada fácil. Nós até hoje selecionamos com cuidado os nossos fornecedores de frutas e cuidamos de todo o processo. Da Itália, nossa marca leva não apenas o nome, mas também as suas cores — frisa Renata Tilli, que lembra com carinho da nonna, que preparava para os netos deliciosos bolinhos de chuva e um “inhoque maravilhoso”, cuja massa ela ajudava a cortar.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.