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Home > O gran finale do mestre

O gran finale do mestre

21 de abril de 2016 - Por Comunità Italiana
O gran finale do mestre

O gran finale do mestreEm uma de suas últimas entrevistas, Ettore Scola contou porque resolveu filmar Que estranho chamar-se Federico, sua derradeira homenagem ao amigo Fellini

Quando foi anunciada a morte do diretor italiano Ettore Scola, em janeiro deste ano, um vazio se abriu no mundo do cinema. Aos 84 anos, o lendário cineasta deixou um legado de cinco décadas dedicadas ao cinema, e um último filme muito particular. Que estranho chamar-se Federico (Che Strano Chiamarsi Federico), lançado no Festival de Veneza, só agora chega ao Brasil. A última produção de Scola é uma homenagem ao amigo e também cineasta Federico Fellini. Em 2013, Scola foi o primeiro italiano a receber o prêmio “Jaeger-Le Coultre Glory to the Film maker”, do Festival de Cinema de Veneza. Antes dele, nomes como Agnes Varda (2008), Sylvester Stallone (2009), Mani Ratnam (2010), Al Pacino (2011) e Spike Lee (2012) tinham sido lembrados pelo evento de cinema mais antigo do mundo. O prêmio é dedicado a uma personalidade que tenha marcado de forma original o cinema contemporâneo.
Em Veneza, Comunità teve a oportunidade de conversar com Scola, em uma de suas últimas entrevistas, por conta do lançamento de Que estranho chamar-se Federico. Na ocasião, o cineasta estava feliz por apresentar seu longa no festival, e contou o porquê da homenagem ao amigo Fellini.
— É um filme muito pessoal. Nosso primeiro contato foi na redação da revista humorística romana Marc’Aurelio. Ali ficamos amigos. Era 1947. Foram muitas décadas de convivência, e o filme retrata isso — comentou Scola.
Um dos motivos que fez com que Ettore Scola e Federico Fellini se aproximassem era o fato de ambos não serem nascidos em Roma — Scola era de Trevico, na Campania, e Fellini, de Rimini, na Emilia-Romagna. A adaptação à capital italiana e a paixão pelo desenho foram características que se transformaram em um laço afetivo. No filme, estas situações aparecem de forma delicada, construindo uma narrativa saudosista e emocionante. Cinco netos de Scola participam do longa, e um deles, Tommaso Lazotti, interpreta Fellini ainda jovem. Também faz parte do elenco o veterano Sergio Rubini, que trabalhou com Fellini em Entrevista (1987).

Filme inclui imagens de arquivo e mostra manias do diretor nascido em Rimini
A trajetória de Fellini é mostrada com toques pessoais. Além de rever a trajetória profissional daquele que é apontado como o maior cineasta italiano de todos os tempos, Scola mostra algumas manias do diretor, como andar de carro à noite pelas ruas de Roma, por sofrer de insônia.
— Quase sempre ele levava um amigo junto nesses passeios. Eu muitas vezes o acompanhei. Ele gostava de parar na rua para falar com desconhecidos, curioso para conhecer novas histórias. Dessas conversas nasceram vários personagens de seus filmes — contou.
Mesmo não sendo um documentário, o longa utiliza imagens de arquivo, como os testes realizados por Fellini para o papel de Casanova com atores como Alberto Sordi, Vittorio Gassman e Ugo Tognazzi. Há também muito material com Marcello Mastroianni, o ator preferido do diretor. Sobre o fato de muitos cinéfilos terem chorado ao verem o filme, o saudoso Scola comentou.
— Não era minha intenção. Em todo caso, acho que traí um pouco o cinismo de que tanto me acusaram. Foi talvez uma espécie de reparação. Mas não é um filme comovente. As pessoas se comovem por si mesmas. Fellini teria se irritado com essa reação — analisou.
Ettore Scola aproveitou para pedir que os mais jovens vissem o filme e tirassem suas próprias conclusões sobre Federico Fellini.
— Acusaram-no de não ser político, de ser machista. Revendo seus filmes se vê que é contrário. Fellini era cheio de ternura pela mulher, em relação a todas as suas personagens, qualquer uma, sem excluir seu corpo, suas pernas, seus quadris, tudo isso era parte de uma identificação — concluiu, acrescentando que o filme é “um grande álbum de recordações”.
Que estranho chamar-se Federico é o último filme do cineasta, que encerrou sua carreira deixando uma inesquecível homenagem a quem, como ele, foi grandioso para o cinema.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.