Brasil sedia pela primeira vez a mais importante conferência internacional sobre museus com agenda que inclui atividades culturais e feira comercial específica de produtos para o setor
Os principais profissionais do mundo do setor de museus estarão reunidos no Rio de Janeiro no próximo mês. Entre 10 e 17 de agosto, o Brasil sedia a 23ª Conferência Geral do Conselho Internacional de Museus (ICOM). “Memória + Criatividade = Mudança Social” é o tema desta edição, cujo objetivo é incentivar a apresentação de ideias e experiências pautadas na criatividade que tem valorizado o patrimônio cultural, destacando o papel transformador dos museus por meio da memória social — campo na qual o Brasil desponta como pioneiro e fomentador.
A Itália, conhecida por seu acervo artístico e histórico sem comparação no mundo, está entre os 31 comitês internacionais do Conselho que vão marcar presença no pavilhão de exposições da Cidade das Artes, espaço na Barra da Tijuca onde vai acontecer o evento. Além da delegação oficial do ICOM Itália, estarão presentes profissionais do Belpaese que fazem parte de outras instituições e especialistas que virão por conta própria para participar de uma série de encontros e debater os rumos da museologia no mundo.
— Um dos nossos objetivos é efetuar a passagem de entrega entre Brasil e Itália como sede do evento, já que o 24ª ICOM vai acontecer em Milão, em 2016, além da troca de conhecimento no setor da cultura e dos museus — informou à Comunità M. Cristina Vannini, de Milão, onde funciona a Secretaria do ICOM Itália.
No dia 17 de agosto, está prevista uma apresentação especial da delegação italiana. Através da colaboração com a Câmara de Comércio de Milão e Agência Promos, empresas especializadas vão expor no estande italiano seus produtos e serviços, como a Goppion, produtora de vitrines, e a Bresciani, que comercializa e produz artigos para a conservação, além da Confcultura, associação que reúne entidades ligadas ao setor cultural.
Brasil deve redescobrir a importância de seus museus
A conferência também representa uma oportunidade para que a sociedade brasileira descubra a importância de seus museus. Durante oito dias, representantes de mais de 100 países discutirão temas como intercâmbio entre museus, difusão de conhecimento, participação qualificada do público, formação, atualização de padrões profissionais e combate ao tráfico ilícito de bens culturais. Haverá também atividades culturais e sociais anexas à conferência, entre excursões, exposições, eventos de música e dança, além de uma feira para divulgar produtos, serviços e atividades de instituições museológicas dos mais diversos países. Uma das maiores atrações será a Feira Internacional de Museus, de 12 a 15 de agosto, divida em três áreas: a comercial, com expositores de produtos específicos do setor; a institucional, com organizações atuantes na área de cultura e museus; e os estandes dos patrocinadores, que vão apresentar seus programas de excelência para a cultura. Entre os palestrantes estará o premiado escritor moçambicano Mia Couto, que vai falar sobre o museu como constituinte da memória.
Eleita após concorrer com Moscou, a cidade do Rio de Janeiro, ex-capital brasileira e sede do comitê brasileiro do ICOM, reúne 124 museus, entre os primeiros que foram fundados no país, e deve receber 3.500 pessoas provenientes de mais de 100 nações. Esta é a segunda vez que a conferência se realiza na América do Sul — a primeira foi em 1986, em Buenos Aires.
— Acredito que a conferência vai permitir a troca e o amadurecimento dessas experiências, abrindo novos diálogos entre os museus locais, regionais, nacionais e internacionais. Quem ganha é o Rio de Janeiro e o Brasil — afirma a secretária de Cultura do Rio, Adriana Rattes.
De acordo com o presidente do ICOM Hans-Martin Hinz, “é a oportunidade de fortalecer a presença do ICOM na América Latina, permitindo que profissionais que atuam em museus latino-americanos e mundiais dialoguem sobre o futuro de nossa área”.
As inscrições para o evento podem ser feitas através do site www.icomrio2013.org.br.