Criado por cientistas de Gênova, humanoide artificial R1 foi concebido para ajudar nas tarefas do lar e do trabalho e será vendido por um preço inicial de 25 mil euros
Ele pesa 50 quilos e mede entre 125 e 145 centímetros, dependendo das necessidades e dos desafios aos quais será submetido. O nome é uma letra e um número: R1, simples assim. Este robô italiano, genovês para ser mais preciso, viu a luz após 16 meses de gestação nas pranchetas e laboratórios multidisciplinares do Instituto Italiano de Tecnologia, o IIT, localizado nas colinas da capital da Ligúria, ao lado das plantações de manjericão e debruçados sobre o mar. De alma neurocientífica e corpo de plástico e fibra de carbono, metade para cada um, este simpático humanoide foi concebido para ajudar nas tarefas do lar e do trabalho, ou seja, nos ambientes domésticos e nos escritórios das empresas.
O protótipo entra em fase de produção e esses primeiros “cuidadores” vão chegar ao mercado no fim do próximo ano, segundo as previsões dos pesquisadores e investidores que financiam o projeto. O anúncio foi realizado com pompa e circunstância, pois o objetivo é que R1 se transforme no melhor amigo do idoso, pertencente à faixa da população mais carente de atenção e cuidados e, paradoxalmente, aquela que mais cresce na sociedade moderna, cada vez mais velha e menos renovada pela baixa taxa de natalidade. A Itália é o país mais velho da Europa e perde somente para o Japão.
O ponto de partida foi o famoso ancestral iCub, criado pelo próprio IIT há pouco tempo e que já conta com 30 exemplares ao redor do mundo, cobaias para os estudos mais avançados. O R1 é o resultado de estudos relativos à interação humana com o iCub. Não por acaso, eles foram realizados por 22 cientistas sobre a orientação do pai de todos, o diretor Giorgio Metta, pai do iCub, maestro desta orquestra composta por engenheiros eletrônicos, mecânicos e programadores de computação. A forma e os movimentos foram aperfeiçoados com a colaboração de designers e neurocientistas. Neste projeto, convergiram especialistas em cenários robóticos para o mercado, a 14.6 Creative Licensing, empresa milanesa, e a Drop Innovation, de Barcelona para o design da superfície humanoide.
O R1 é “elástico” e traz muitas surpresas embutidas no seu corpo. O torso pode ganhar altura e esticar dos 125 para um máximo de 145 centímetros, além de girar para a esquerda e para a direita. A bateria dura três horas e pode ser recarregada usando a tomada de casa. O robô caminha sobre rodas a uma velocidade de até 2km/h, limite e orientação estabelecidos pelos designers e determinado por um giroscópio e um acelerador. O R1 não passa despercebido com um rosto, ou melhor, uma face desenhada e estilizada como se a criatura cibernética fosse humana. Uma tela LED abriga um sistema ótico equipado com duas câmeras e um “scanner” 3D. Um microfone e caixas acústicas garantem a interação sonora.
O robô pode levantar até 1,5 kg e manuseia xícaras com habilidade humana
Os sensores, o movimento da cabeça e as habilidades motores são controlados por três computadores. A conexão com a internet ocorre através de um cartão wireless. Isso possibilita um “diálogo” com a atualização de programas por parte dos pesquisadores que cooperam com o desenvolvimento destes humanoides em geral, graças às partes Open Source, uma espécie de livraria para essas programações que irão facilitar a incorporação, a instalação dos futuros progressos. A pele artificial cobre as mãos e possibilita uma sensibilidade capaz de regular a pressão exercida sobre o objeto-alvo do movimento. O R1 pode levantar um peso de até 1,5 quilos e manusear garrafas e xícaras com uma destreza humana. As engrenagens e os motores internos somam 28 e estão distribuídos pela cabeça, torso, articulações dos braços e nas pernas, ou melhor, na plataforma com o eixo e as duas rodas.
O novo robô é a evolução de um campo no qual a realidade caminha de mãos dadas com a imaginação. E que vai ao encontro de uma sociedade que envelhece a olhos vistos. No ano passado, nasceram 478 mil crianças italianas, abaixo de meio milhão, nível mínimo para resistir à queda demográfica e à consequente aceleração da velhice. O R1 chega para pegar pelas mãos e salvar uma geração de idosos de um abandono ao próprio destino. Os primeiros cem protótipos devem custar 25 mil euros cada um. O objetivo é aumentar a produção em larga escala e desembarcar no mercado a um custo de três mil euros, algo como três meses de salários de um cuidador de alguém que necessita de uma companhia ao longo do dia e
da noite.