BIANUAL

BIANUAL

A partir de
Por R$ 299,00

ASSINAR
ANUAL

ANUAL

A partir de
Por R$ 178,00

ASSINAR
ANUAL ONLINE

ANUAL ONLINE

A partir de
Por R$ 99,00

ASSINAR


Mosaico Italiano é o melhor caderno de literatura italiana, realizado com a participação dos maiores nomes da linguística italiana e a colaboração de universidades brasileiras e italianas.


DOWNLOAD MOSAICO
Vozes: Cinco <br>Décadas de Poesia Italiana

Vozes: Cinco
Décadas de Poesia Italiana

Por R$ 299,00

COMPRAR
Administração Financeira para Executivos

Administração Financeira para Executivos

Por R$ 39,00

COMPRAR
Grico Guia de Restaurantes Italianos

Grico Guia de Restaurantes Italianos

Por R$ 40,00

COMPRAR

Baixe nosso aplicativo nas lojas oficiais:

Home > O rugido dos jovens

O rugido dos jovens

13 de julho de 2010 - Por Comunità Italiana

Por Lisomar Silva

Confindustria jovem comemora 40 anos reivindicando mudanças na Constituição italiana

Os jovens leões da indústria italiana estão rugindo com força. Reivindicam reformas na gestão pública da economia e maior autonomia de ação para as empresas. Festejam o primeiro centenário de fundação da Confederação Italiana das Indústrias e o quadragésimo aniversario da criação do setor juvenil, mas lembram ao governo italiano queé necessário garantir um espaço seguro no futuro cenário econômico. Para eles, as empresas poderiam reagir com maior liberdade às oscilações do mercado, se não estivessem condicionadas pela Constituição Italiana. O alvo é o artigo 41 segundo o qual, a iniciativa privada na economia é livre, mas “não pode se desenvolverem contraste com a utilidade social de maneira a provocar danos à segurança, à liberdade, à dignidade humana. A lei determina o programa e o controle oportunos para que a atividade (dos setores público e privado) possa ser orientada e coordenada com finalidades sociais.”

Federica Guidi é a presidente dos jovens industriais e vicepresidente de Confindustria. Comandacerca de 13 mil dirigentes com idade entre 18 e 40 anos. Usou o pódio da 40ª convenção, realizada na elegante localidade balneária de Santa Margherita Lígure, solicitando em seu discurso as reformas econômicas prometidas das pelo governo e a modificação do artigo constitucional n° 41: 

— São condições primordiais para a retomada do crescimento na economia italiana.Antes de tudo, queremos vivere trabalhar em um contexto de livre empresa atuando em um livre mercado, caracterizado hoje pela forte concorrência.

A forte solicitação da jovem dirigente teve repercussão positiva junto ao governo e aos empresários do setor artesanal. Despertou também o interesse do governo em estudar a hipótese de modificação do artigo 118 da Constituição que define poderes e atribuições de administração do território – nos planos regional, provincial e municipal – quanto ao controle legislativo exercido sobre atividades das empresas. Amaior autonomia de ação, explica Federica, pode dar maior espaço e fôlego às empresas para inovar e modernizar suas produções.

A perda de competitividade das empresas italianas, porém, preocupa os jovens, mesmo os que herdaram patrimônio formado pelas gerações anteriores da própria família. Federica recorda que as empresas italianas sofreram umaperda de competitividade no biênio 2008-2009 face à crise dos subprimes americanos e, em 2010, com a desvalorização do Euro. Segundoela, esta última circunstância favoreceu o “leve aumento” das exportações italianas, masnão garantiu uma estabilidade para a economia das empresas.

A diferença de idade entre Federica Guidi e Emma Marceglaglia, a atual presidente de Confindustria,é pequena. Emma precedeu Federica na direção do setor jovem e as duas empresárias falam a mesma linguagem. Ser empresário,para Federica, significa também preparar os jovens para o futuro. Eles defendem um percurso de mérito no mundo do trabalho.

— Sem rigor, somos um país sem esperança. Mas sem crescimento, somos um país morto — adverte Federica.

Face ao forte déficit e à importância da dívida pública italiana,Federica propõe que o governo se organize para conquistar a paridade de balanço no prazo de 15 anos, aliviando tambéma carga tributária para as empresas e os cidadãos. Na entrevista concedida a ComunitàItaliana, Federica enfatiza a importância da inovação imediata como garantiade espaço para a indústria italiana no mercado globalizado:

ComunitàItaliana – As empresas italianas buscam oportunidades em outros mercados mais para garantir lucros do que para defender a realização de seus produtos na Itália?

Federica Guidi – Acredito que países como Índia e China, por exemplo, já não competem mais conosco em termos de baixo custo da mão-de-obra, mas em matéria de velocidade na inovação técnica e dirigencial. Penso que é necessário envolver todasas áreas jovens como as universidades e todos os pólos de formação profissional e dirigencial, para valorizar e usar da melhor maneira possível o potencial eos recursos existentes na Itália. O mercado globalizado e aberto,somado à internacionalização e a multilocalização, fez emergir oportunidades que são interpretadas como fatores de competitividade para as empresas italianas de pequeno, médio e grande porte.

CI – O que os jovens de Confindustria entendem por liberdade de empresa?

FG – Significa realizar suas próprias atividades com menor vínculo de obrigações burocráticas e tributárias, reduzindo as margens de intervenção do Estado na economiade empresa, de modo que possam concentrar seus recursos em áreas e setores que realmente garantam a sustentabilidade domercado de trabalho e a vida futurada empresa. Trata-se de um processo de simplificação que o Estado italiano e as empresas devem enfrentar juntos.

CI – Como conquistar o crescimento econômico na Itália?

FG – É necessário identificar rapidamente novos modelos que estimulem esse mecanismo em nosso país. Muitas dessas decisões são de competência do governo e dos ministérios diretamente ligados à economia italiana. Outro recurso importantes e encontra no sistema outsourcing, ou seja, a terceirização de muitos serviços da administração pública, o que pode representar a liberação de recursos dando inúmeras oportunidades de trabalho aos jovens e na criação de novas empresas. Sentimo-nos na responsabilidade de dar voz, ouvidos e espaço a essas gerações para que encontrem espaço de trabalho com crescimento profissional, podendo visualizar seu futuro no território italiano, sem ter que pensar em buscar alternativas no exterior. Precisamos também de maior transparência de regras econômicas e financeiras em nosso país.

CI – Como avalia o fato de cerca de 20 empresários de pequenoe médio porte terem se suicidaram, nos últimos 12 meses, no Vêneto, por não conseguiam enfrentar o peso dos impostos nem obter mais crédito?

FG – Estes são casos humanos dramáticos que não me permitocomentar. Infelizmente, a crise atingiu a todos. Conheço empresáriosque inventaram alternativas literalmente novas de produção para manter suas fábricas abertas. Conheço também funcionários que deram o melhor de si para aumentar o grau de competitividade das empresas. Todos eram conscientes da necessidade de salvaguardar a atividade empresarial e os empregos. As empresas são formadas por dirigentes, colaboradores e empregados, mas antes de tudo são formadas por pessoas.

CI – Existe um grande problema demográfico e de mercado, ligado às novas gerações e às aposentadorias face ao envelhecimento da população?
FG – O governo prolongou o período de atividades dos trabalhadores que estão para se aposentar nos próximos 5 anos, para evitar uma forte saída de dinheiro.Mas é necessário estabelecer também um pacto social onde omercado de trabalho seja reorganizado em sintonia com a dimensão de absorção e remuneração que as empresas podem oferecer,em sintonia com uma política de inclusão de categorias socialmentemais frágeis, principalmente os jovens e as mulheres.

CI – O que existe de comum na economia de países como Brasil e Itália?

FG – Acho difícil comprar países com história e economia tão diferentes. Já estive no Brasil e acho um país interessantíssimo para o empresariado em geral eo lançamento de novos projetos. Mas os que pensam que é fácil entrar no mercado brasileiro se enganam. O Brasil dá importantes indícios de forte vitalidade econômica, portanto não é um mercado banal. O empresário italiano deve desenvolver um pólo de produção no Brasil se quiser interceptar o mercado locale seus segmentos. Essas opções estão orientadas essencialmente na busca de novos mercados face à força da globalização. Isso é mais importante que produzir com baixo custo de mão-de-obra.

CI – Que condições o empresariado jovem italiano quer para continuar produzindo na Itália?
FG – Somos todos orgulhosos detrabalhar e produzir na Itália, mesmo que a política tributária pese muito em nossos orçamentos.Temos nossas dificuldades ao enfrentar situações administrativas e burocráticas complicadas,mas ninguém se sente resignadoao ponto de abandonar o país.

 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.