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Home > O sucesso do turismo ambiental

O sucesso do turismo ambiental

28 de novembro de 2011 - Por Comunità Italiana

{mosimage}Primeiro congresso italiano do gênero reuniu os mais bem sucedidos e inovadores projetos de turismo sustentável, ecológico e social

Da sólida experiência das estruturas agroturísticas da Toscana, passando pelas experiências do turismo de aventura, como ciclismo no Vêneto, trekking na Úmbria, visita às cavernas de Frasassi e mergulho em Portofino, até as inovadoras experiências do turismo gastronômico “étnico” nos bairros migrantes das grandes capitais italianas e o segmento “antimáfia”, que inclui circuitos destinados a mostrar a Itália que derrotou a criminalidade mafiosa, tão enraizada no país. Experiências tão diversas entre si, mas que se inserem em uma tendência cada vez maior entre os italianos: o de procurar destinos turísticos sustentáveis e ecológicos. Com o objetivo de reunir pela primeira vez na Itália as experiências mais bem sucedidas deste amplo setor chamado turismo ambiental, a Legambiente — a maior organização ambientalista italiana

— organizou, no último dia 22 de outubro, em Campobasso, no Molise, o congresso Turismo + Ambiente + Territorio = Italia, apresentando os casos italianos de maior sucesso e destaque dos últimos anos.

O vice-presidente da Legambiente e presidente da Vivitalia, Sebastiano Venneri, explicou que o objetivo do congresso é mostrar “as muitas boas práticas que administradores, empreendedores e amantes da natureza conseguiram levar ao sucesso, muito frequentemente graças exclusivamente à sua paixão e ao seu empenho pessoal”.

— Histórias que contam aspectos talvez menos conhecidos do Belpaese, mas inovadores e capazes de representar um modelo, moderno e sustentável, para o crescimento e desenvolvimento de todo o país — afirmou Venneri, jornalista de larga experiência no campo do meio ambiente. Ele defende o turismo ambiental como resposta à crise econômica que afeta a Itália, e também o próprio setor turístico.

Ao apostar no turismo ambiental, a Itália pode não apenas desenvolver áreas pouco conhecidas do território mas também protegê-lo, já que o turismo tradicional, muitas vezes, é um fator de agressão ao território — defende Venneri, responsável, durante anos, pela tradicional publicação Guida Blu, que indica as praias mais limpas da Itália. Ele ainda explicou que a grande novidade deste congresso está no fato de reunir experiências que obtiveram sucesso comercial nos últimos anos.

 — São exemplos de sucesso de uma economia sustentável e de um turismo responsável que pode representar o melhor modelo para o crescimento e o desenvolvimento de toda a Itália — acrescentou.

No total, o congresso reuniu os idealizadores de 20 experiências em diferentes setores do chamado “turismo ambiental” espalhadas de norte a sul da Itália. Muitas das iniciativas apresentadas no congresso possuem apoio direto ou indireto da Legambiente, ou até mesmo funcionam em conjunto com a organização, como é o caso dos hotéis ecológicos, apresentados pelo presidente da Legambiente Turismo, Luigi Rambelli.

— Da Sicília ao turismo ciclístico, do mergulho em Portofino à tradição do agroturismo na Toscana: são todos casos de sucesso que usaram recursos típicos da Itália, como a paisagem, a gastronomia, o artesanato e a natureza — cita Venneri. Entre os casos de êxito apresentados no evento, ele destacou Il Volo del Angelo — uma experiência de grande sucesso em um território pobre como a Basilicata e que atrai muitos turistas de toda a Itália. A atração consiste em uma espécie de tirolesa gigante, cabo de aço suspenso entre duas colinas, no qual a pessoa percorre 1.400 metros a pouco mais de 1.000 metros de altitude, atingindo cerca de 120 km/h com toda a segurança que o esporte proporciona. As duas colinas se encontram em duas diferentes cidades da região montanhosa conhecida como Piccole Dolomiti Lucane.

O ecoturista italiano

De acordo com uma pesquisa recente do Istituto Studi sulla Pubblica Opinione (Ispo), sediado em Milão, cresce na Itália a busca por formas de turismo ecológico e responsável. Segundo o estudo publicado em setembro deste ano, 83% dos entrevistados consideram “importante” ou “muito importante” a compatibilidade ecológica do local onde se passam as férias. Este índice ultrapassa os 90% entre as pessoas com mais de 45 anos e com curso superior completo. Além disso, as férias ideais para 60% dos entrevistados precisam de um ambiente não poluído, mar limpo e natureza ao redor, fato que, segundo o sociólogo Renato Mannheimer, responsável pela pesquisa, mostra uma mudança progressiva em relação às históricas exigências dos turistas italianos por grandes estruturas turísticas e presença de serviços, como discotecas, por exemplo.

Os casos de sucesso

Uma pequena agência de turismo da província de Veneza que conquistou o mundo dos amantes das bicicletas ao organizar viagens com todos os serviços necessários para um “cicloturista”, dos deslocamentos logísticos aos pernoites, restando ao viajante apenas pedalar e aproveitar a paisagem. Esse é um dos casos mais significativos apresentados em Campobasso. A Girolibero, agência especializada em viagens em bicicleta, é considerada hoje a principal da Itália e uma das maiores da Europa, oferecendo mais de cem propostas de viagens em todo o continente, como pacotes clássicos semanais com bicicleta e hotel, pacotes para famílias e escolas, até as inovadoras viagens de bicicleta e barco, que consistem em deslocamentos diurnos em bicicleta e noturnos em barcos. Esta última proposta, inédita na Itália até 2008 e que inclui um itinerário fluvial de uma semana entre Mantova e Veneza, teve uma demanda fortíssima de público nas temporadas 2009 e 2010, praticamente obrigando a agência a adquirir um segundo barco para duplicar a oferta de viagens.

O turismo subaquático também foi destaque no congresso com a apresentação do caso da reserva marítima de Portofino, quando Giorgio Fanciulli, diretor da área de proteção ambiental, explicou como transformou a reserva, com limitações para visitantes, em um empreendimento que realiza 70 mil mergulhos assistidos por ano, com faturamento de 12 milhões de euros.

— Contrariamente a quanto se acredita, uma área de proteção obteve o recorde nacional de visitantes, mesmo com número controlado. É a prova que é possível aproveitar locais delicados respeitando as regras — reiterou Vennieri. A reserva de Portofino foi instituída em 1999 e, em pouco tempo, se tornou a principal reserva marítima italiana. 

Da região da Puglia, que há muitos anos vem apostando nos festivais de música e cultura para atrair turistas, surgiu o Festambiente Sud — festival apoiado diretamente pela Legambiente que, em sete anos, levou mais de 300 mil pessoas para a pequena Monte Sant’Angelo, localizada em meio ao Parque Nacional do Gargano e conhecida dos peregrinos católicos pelo santuário de São Miguel Arcanjo. Apenas em 2011, foram mais de 40 mil visitantes no festival, que ocorre anualmente no mês de julho. Cerca de 300 artistas provenientes do mundo inteiro se apresentaram pelos teatros, praças e ruas da cidade.

O agroturismo da região da Toscana também foi discutido no congresso. Iniciado há mais de 20 anos, tornou a região da Maremma, no oeste da Toscana, o berço dos agroturismos que se disseminaram por toda a Itália, através de uma fórmula que conjugava hospitalidade, produtos agrícolas típicos da região e as paisagens bucólicas das colinas toscanas, atraindo os grandes números do turismo costeiro da região.

As cavernas de Frasassi, na província de Ancona, outro exemplo de ecoturismo apresentado no congresso, são conhecidas como Grotte di Frasassi: patrimônio natural único no seu gênero e entre as maiores cavernas turísticas do mundo, registram mais de 300 mil turistas por ano. Atualmente, está renovando sua oferta de serviços em nome da sustentabilidade ambiental e energética da estrutura que acolhe os visitantes. Fica em Genga, a menor cidade da região Marche um dos principais pólos de atração de turismo ambiental de toda a Itália. Descobertas em 1971 por um grupo de jovens geólogos da região, as cavernas foram abertas à visitação em 1974, quando foi finalizada a construção de um túnel artificial de acesso à rede de grutas e cavernas com mais de 20 km de extensão. A pequena parte aberta ao grande público é constantemente monitorada por sistemas eletrônicos, que mantêm a temperatura constante de 14 graus. O acesso ao público, mesmo extremamente controlado devido à fragilidade dos materiais calcários que constituem o interior das grutas, consiste em um percurso guiado de cerca de 90 minutos de duração. Outros circuitos, fechados a geólogos e especialistas, permitem visitas a áreas de difícil acesso.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.