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O último neorrealista

18 de fevereiro de 2016 - Por Comunità Italiana
O último neorrealista

O ltimo neorrealistaCom a morte de Ettore Scola, Itália dá adeus ao último representante de uma geração que retratou na telona os problemas sociais do pós-guerra

Surgido na Itália logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o neorrealismo foi um movimento cultural que defendia o comprometimento político e a representação objetiva da realidade. Foi no cinema que o neorrealismo encontrou seu meio ideal de propagação, através das câmeras de diretores do quilate de Vittorio De Sica, Roberto Rosselini e Luchino Visconti. Ao abordarem a pobreza, a desigualdade e muitos outros problemas sociais enfrentados pela Itália durante o pós-guerra, esses cineastas criaram obras de arte como Roma, Cidade Aberta (1945) e Ladrões de Bicicleta (1948), considerado o filme mais emblemático da estética neorrealista, que influenciaria diversos cineastas nas décadas seguintes. No dia 19 de janeiro passado, o cinema italiano perdeu o último desses herdeiros do neorrealismo. Ettore Scola, que morreu aos 84 anos, vítima de complicações cardíacas, foi um observador atento das mudanças sociais vividas pela Itália nos últimos 50 anos. Filho de um casal de atores, Scola nasceu em Trevico, na região da Campânia, no sul da Itália. Ainda jovem mudou-se para Roma para estudar Direito, mas seu interesse logo se voltou para os desenhos satíricos. Acabou abandonando a faculdade para fazer parte da revista de humor Marc’Aurelio, onde conheceu Federico Fellini. Foi a partir dessa amizade que Scola começou a trabalhar na indústria do cinema; primeiro como roteirista de comédias, entre 1952 e 1964, e depois como diretor.
Sua estreia na direção aconteceu em 1964 com o longa-metragem Fala-me de Mulheres (Se permettete parliamo di donne). Dez anos depois, Scola alcançaria o reconhecimento internacional com Nós que nos amávamos tanto (C’eravamo Tanto Amati), o exemplo mais bem acabado de como o neorrealismo marcou sua obra. O filme acompanha as vidas de três homens de diferentes realidades sociais que se tornam amigos ao lutarem como partigiani, integrantes do movimento de resistência ao fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos vividos por Antonio (Nino Manfredi), Gianni (Vittorio Gassman) e Nicola (Stefano Flores) são mostrados paralelamente aos principais eventos da história e do cinema italianos durante três décadas, trazendo trechos de filmes dos maiores diretores da época: Rosselini, Visconti, Michelangelo Antonioni, Fellini e Vittorio De Sica, a quem o filme é dedicado.

Pobreza abordada em detalhes, mas sem perder a ironia
Em contraste com a delicadeza de Nós que nos amávamos tanto, o longa Feios, Sujos e Malvados (Brutti, Sporchi e Cattivi), de 1976, é uma comédia com elementos grotescos, centrada em uma grande família liderada pelo caolho Giacinto (Nino Manfredi), que vive espremida em um quarto imundo de um cortiço no subúrbio de Roma. Aqui, os personagens pobres de Scola recebem um tratamento muito menos gentil do que o dispensado por diretores como Rosselini e De Sica, que viam essas figuras como vítimas inocentes de um sistema cruel e uma sociedade desigual e opressora. Isso não quer dizer que Feios, Sujos e Malvados seja menos crítico do que as produções neorrealistas. Ao mostrar a pobreza em todos os seus detalhes, por mais desagradáveis que sejam, Scola consegue abordar um grave problema social ao mesmo tempo em que mantém certa ironia.
Mais sutil, Um Dia Muito Especial (Una Giornata Particolare), de 1977, conta a história de dois vizinhos que se conhecem no dia da visita de Hitler a Mussolini em Roma, em 1938. O filme é estrelado por Sophia Loren, que interpreta uma dona de casa entediada, e Marcelo Mastroianni, que vive um jornalista gay, e mostra como a repressão, em suas mais diversas formas, pode aproximar pessoas vindas de mundos muito diferentes.
Esses três grandes sucessos seriam seguidos ainda por mais de 20 produções, que consolidaram o sucesso do cineasta. Scola anunciou sua aposentadoria em 2003, justificando o fim de sua carreira no cinema ao dizer que, enquanto Silvio Berlusconi estivesse no comando da Itália, todos os filmes produzidos no país teriam envolvimento com o dinheiro do primeiro ministro. Dez anos depois, no entanto, voltou à ativa para dirigir o semidocumentário Que Estranho Chamar-se Federico (Che Strano Chiamarsi Federico), que traça um retrato afetuoso de Federico Fellini a partir de suas memórias do amigo cineasta.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.