O documento, divulgado para marcar o Dia Mundial do Habitat, neste 1º de outubro, alerta para a expansão caótica das cidades, um fenômeno que anda de mãos dadas com a elevação das taxas de criminalidade em todos os países.
Em 20 anos – entre 1980 e 2000 – as taxas de criminalidade aumentaram 30%, passando de 2.300 para 3.000 crimes para cada 100 mil habitantes, afirmou o relatório.
Populações pobres que vivem em favelas são as mais afetadas pela insegurança, incluindo cerca de 100 mil crianças de rua vivendo em cidades em todo o planeta, alertou a ONU.
No Brasil, onde mais de cem pessoas são vítimas de armas de fogo diariamente, Rio e São Paulo respondem por metade dos crimes em todo o país, e a mesma comparação vale para Caracas e Cidade do México.
Tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, pesquisas de opinião pública demonstram que mais da metade dos cidadãos se preocupa com a violência durante "todo o tempo" ou "muito freqüentemente", disse o estudo.
"A violência urbana e o crime estão aumentando em todo o mundo, causando medo generalizado e espantando os investimentos em diversas cidades", escreveu na introdução do relatório o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.
"Isto é especialmente verdadeiro na África, América Latina e Caribe, onde a violência de gangues está aumentando."
Mas, disse Ban Ki-Moon, "a violência generalizada na periferia de Paris e em toda a França, assim como os atentados terroristas em Nova York, Madri e Londres, demonstra que as cidades nos países ricos também estão vulneráveis".
O estudo destaca soluções possíveis para o problema da violência através do planejamento urbano cuidadoso e programas de segurança pública que envolvem a participação das comunidades.
Fonte: BBC Brasil