Dois artefatos incendiários explodiram ontem à noite em frente à mesquita de Bréscia, no norte da Itália, sem deixar feridos. Este já é o sexto gesto de intimidação contra lugares de culto e sedes de associações muçulmanas na região da Lombardia apenas este ano.
A denúncia do episódio, que ocorreu pouco antes das 22h locais, foi feita pelo portal de informação muçulmana "islamonline.it", que cita a explosão de duas garrafas incendiárias em um dos dois túneis subterrâneos que levam à sede da comunidade islâmica da cidade.
O caso está sendo investigado pela Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais de Bréscia. Mas, até o momento, os investigadores, devido à ausência de danos materiais e de vestígios evidentes de explosão, não se comprometeram com a reconstrução dos fatos.
Os islâmicos de Bréscia condenaram com vigor o ataque. "Com esse gesto gravíssimo nos deparamos com um preocupante salto de qualidade na estratégia agressiva nos confrontos dos lugares de culto muçulmano na Itália, pelo momento em que aconteceu e pelo lugar, um dos centros islâmicos mais importantes, muito freqüentado e prestes a iniciar a construção de uma significativa ampliação para a qual já foi concedida a licença de edificação", afirmou a nota no portal islâmico.
Com o atentado incendiário de ontem à noite na mesquita de Bréscia já são seis os gestos de intimidação realizados em 2007 contra lugares de culto e sedes de associações muçulmanas na região da Lombardia, no norte do país. Três deles aconteceram nos primeiros quinze dias deste mês.
Antes do ataque à mesquita de Bréscia, dois coquetéis explosivos do tipo "molotov" foram lançados na noite de quinta para sexta-feira passada contra a sede da associação cultural Aliff Baa em Abbiategrasso, nas proximidades de Milão, anteriormente alvo de um ataque incendiário na noite de 25 para 26 de julho. Porém, os dois ataques não foram reivindicados pelos seus autores.
O ataque que na noite de 5 para 6 de agosto destruiu o carro de Hamid Zariate, imã vicário da mesquita de Segrate, na província de Milão, também não foi reivindicado. A natureza destes três episódios, que aconteceram no interior de Milão em um pequeno intervalo de tempo, fez com que os investigadores reunissem todas as partes das investigações e entregassem ao setor antiterrorismo da Procuradoria de Milão.
E, ainda em Milão, capital da região da Lombardia, há poucos meses aconteceram dois outros ataques incendiários contra sedes de associações muçulmanas. O mais recente ocorreu na noite de 2 para 3 de maio, quando uma janela da sede do Coreis, uma comunidade religiosa islâmica, pegou fogo. O vice-presidente da associação, Yahya Pallavicini, é membro do Conselho islâmico coordenado pelo Ministério do Interior italiano.
O outro ataque, contra a sede da associação de direitos civis Islamic Relief em Milão, foi assumido pelo grupo "Fronte Cristiano Combattente", um nome desconhecido para os investigadores.
A associação islâmica terminou sob a mira dos jornais por ter promovido no feriado da Páscoa um evento de três dias com debates entre Milão, Bologna e Sassuolo, aos quais foram convidados relatores próximos ao extremismo islâmico.
Fonte: Ansa