Ao assinar o prefácio do livro “Meu Pai, eu te perdoo”, escrito pelo ex-coroinha Daniel Pittet, o papa Francisco pediu perdão por toda a “monstruosidade” dos crimes de pedofilia já cometidos dentro da Igreja Católica. A obra, revelada hoje (16) pelo jornal alemão “Bild” e com lançamento datado para amanhã em toda a Alemanha, gira em torno de casos de pedofilia, aos quais o Pontífice condenou: “Trata-se de uma absoluta monstruosidade, um pecado terrível, que contradiz tudo o que a igreja ensina”, escreveu o Pontífice.
“Algumas vítimas chegaram a tirar a própria vida. Essas mortes pesam no meu coração, na minha consciência e em toda a Igreja. Para essas famílias, quero expressar meu amor, minha dor e pedir, com toda humildade, perdão”, implorou Francisco.
“Como pode um padre, a serviço de Deus e da Igreja, causar tanto mal”, questionou o Papa no prefácio.
Daniel Pitter, o autor do livro, foi coroinha da Igreja Católica e sofreu abusos sexuais do sacerdote suíço da ordem dos capuchinos Joel Allaz, no período de 1968 e 1972.
Em 2015 conheceu o Papa Francisco e convidou para escrever o prólogo do seu livro que logo aceitou. Em seu texto, o Pontífice destacou que “testemunhos como o dele (Pittet) lançam luz sobre uma zona terrível e sombria na vida da Igreja”.
Pittet esperou mais de 20 anos para colher denúncias contra o sacerdote, que chegou a ser transferido duas vezes para a França. (ANSA)