Durante uma audiência realizada nesta sexta-feira (30) em favor do 50° aniversário do Instituto ítalo-Latino Americano (lila), o papa Francisco falou sobre a situação da América Latina e criticou o “excesso de desigualdades” que existem no continente.
Segundo o Pontífice, a “atual crise econômica e social atingiu a população e produziu um aumento da pobreza, do desemprego, das desigualdades sociais assim como a exploração e o abuso de nossa ‘casa comum’ [o meio-ambiente]”.
“Perante essa situação, há a necessidade de uma análise que leve em conta a realidade concreta das pessoas, a realidade do nosso povo. Isso ajudará a perceber quais são as necessidades reais que existem, bem como perceber a riqueza que cada pessoa tem e que cada povo leva consigo”, disse aos membros do lila.
Em seu discurso, destacou também que o continente latino-americano tem países com “riqueza de histórias, cultura e recursos naturais” e disse que as populações locais são formadas por “pessoas boas e solidárias com outros povos”.
O papa ressaltou que os latino-americanos “deram um exemplo a toda a comunidade internacional” na solidariedade demonstrada em momentos como nas tragédias naturais que atingiram recentemente a Colômbia e o Chile e que isso deve ser “apreciado e potencializado”.
Apelo
Apesar das ressalvas positivas, Francisco fez um apelo para que a “cultura do diálogo”, um dos temas do seu Pontificado, seja usada para resolver as graves crises que atingem as nações locais e criticou a corrupção existente.
“Alguns países estão atravessando momentos difíceis em níveis políticos, sociais e econômicos. Os cidadãos que têm menos recursos são os primeiros a perceber a corrupção que existe em diversos estratos sociais e a má distribuição das riquezas. Mas, a promoção do diálogo político é essencial”, acrescentou o líder católico.
O papa Francisco ainda falou sobre a questão das emigrações e pediu que as pessoas que vivem esse “dama” tenham seus direitos respeitados por todos.
“A emigração sempre existiu, mas nos últimos anos aumentou de uma maneira nunca antes vista. A nossa gente, impulsionada pelas necessidades, vai em busca de ‘novos oásis’, onde pode encontrar mais estabilidade e um trabalho que garanta dignidade. Mas, nessa busca, muitas pessoas sofrem violações dos próprios direitos”, afirmou.