Comunità Italiana

Para estourar a rolha

Após os últimos anos marcados por intenso calor e fortes temporais, os vinicultores do Trentino à Sardenha comemoram a safra de 2013 com expectativa de aumento da produção e alta qualidade em quase todas as regiões

Mais garrafas de um vinho de melhor qualidade. Graças a condições atmosféricas particularmente favoráveis, que fazem os banhistas torcerem o nariz, mas que deixam felizes os produtores de vinho, o ano de 2013 pode ser uma safra para ficar na memória da vinicultura italiana. Na maior parte dos vinhedos da bota, a estação da última colheita acaba de ser concluída. Segundo as previsões da Assoenologi, a mais antiga associação dos técnicos vinicultores italianos, a produção nacional se firmará em torno dos 45 milhões de hectolitros de vinho e mostos, o que evidencia um aumento de 8% em relação ao ano passado, quando não foi possível superar os 41 milhões de hectolitros. Após as últimas duas safras, marcadas pelo calor intenso e por violentos temporais, não será difícil fazer melhor em relação à qualidade.
Os operadores do setor, por enquanto, preferem não se exceder, mas muitos dos vinhos que vão levar o selo 2013 parecem destinados a apresentar perfis de relevo particular. Mérito de um singular comportamento climático, favorável às videiras. As frequentes precipitações invernais, a primavera fresca e chuvosa e, o verão com diferenças significativas nas temperaturas entre o dia e a noite, têm permitido uma maturação das uvas através do tempo e muito promissora, que restituiu ácidos maiores e mais ricos. O período da colheita, que nos últimos anos havia sido inevitavelmente antecipado, retornou quase aos seus tempos canônicos. O único fator adverso é representado pelas chuvas de granizo, que nos últimos meses ocorreram em diversas zonas do país.
Em geral, este ano reservará ótimos vinhos aos apaixonados. Em relação a 2012, a concentração de açúcar será menor, enquanto a acidez ficará mais acentuada. A maturação, feita por etapas, favoreceu o acúmulo de substâncias positivas, como aquelas aromáticas, nas uvas brancas, e os polifenólicos nas uvas vermelhas. Agora, passa-se a bola aos produtores, técnicos e enólogos, que, com a própria visão e as próprias competências, têm o dever de completar a obra. Os interessados diretos são sempre muito cautelosos e prudentes, um pouco por superstição, um pouco porque sempre dá tempo de serem negados. Pelos sinais, porém, a Itália do vinho parece se encaminhar para uma comemoração. São previstas ótimas safras, sobretudo para as vermelhas da Toscana e as brancas do Alto Ádige, mas também para o Aglianico, na Basilicata; para o ConeglianoValdobbiadene, no Vêneto; e para o Montepulciano, em Abruzzo.

 

Vinhos – A safra 2013 em cada regiao

Piemonte
A qualidade promete ser ótima tanto para as uvas brancas quanto para as vermelhas. À exceção da Nebbiolo, todas as outras, a partir da Moscatel, Brachetto e Barbera, devem registrar um incremento da produção de 5%. Muito bem também a qualidade de Chardonnay e PinotNoir, a base do espumante.

Lombardia
O aumento da produção regional é estimado em 5%, mas a safra é caracterizada pela heterogeneidade de maturação, às vezes alta devido às diversas exposições dos vinhedos. Em Franciacorta e Oltrepò, a qualidade das uvas usadas como base para espumantes é boa, com alguns ótimos pontos. Outras brancas e vermelhas também são boas. As numerosas chuvas de granizo criaram problemas mais ligados à quantidade. No Valtellina a maturação das Nebbiolo teve atrasos, mas está estimada entre o bom e o ótimo.

Trentino Alto-Adige
A produção deve crescer 15% e a pré-colheita revela para Chardonnay e PinotGrigio, nas zonas de vale, teores de açúcares médios em 12º Brix, com acidez acentuada e pH muito interessante. A boa produção das variedades brancas ocorre devido a um maior peso dos cachos, com 30% a mais de ácidos em relação a 2012. Para as variedades de fruto branco, em particular Chardonnay e PinotGrigio, se preveem ótimos níveis. O mesmo vale para as variedades aromáticas Müller-Thurgau e Gewürztraminer.

Veneto
A produção deve aumentar em geral em 5%. Para Doc Valpolicella e Bardolino, se estima uma redução quantitativa de 10%, e para Doc Soave, Lugana, Custoza, Vicenza e Durello, é esperado um aumento entre 5 e 15%. A época da maturação voltou a ocorrer no período tradicional, com 10 dias de atraso em relação a 2012. O teor de açúcar é ligeiramente inferior às safras precedentes, mas com um melhor quadro de acidez. Preveem-se vinhos de boa qualidade, com bom perfil aromático e um quadro ácido interessante.

Friuli Venezia Giulia
É a única região que vai contra a tendência. A produção se apresenta boa em qualidade, mas em quantidade se espera uma queda de 5%, em particular para PinotGrigio, Tocai Friulano, Chardonnay, Cabernet Frace e Merlot, enquanto o Prosecco (Glera) deve crescer em 10%. O clima desfavorável determinou uma escassa fecundação das flores, com fenômenos de brotamento. A alta umidade trouxe míldio e oídio até nos cachos, reduzindo a produção.

Emilia-Romanha
Registrou um aumento produtivo de 5%, com índices de 10% na Romanha. A concentração de açúcar teve resultados inferiores comparada com a de 2012, enquanto a acidez total está mais alta. Para todas as variedades, de Albana a Sangiovese, passando por Trebbiano e Pignoletto, se estimam consideráveis níveis qualitativos.

Toscana
A quantidades deve aumentar em 5%, apesar da chuva de granizo, que este ano atingiu duramente as zonas do Orvietano, do Montefalco e dos Castelli Romani. A mudança térmica elevada enriqueceu os fenóis e os aromas e conservou um discreto frescor e a acidez. Especialmente boas são as brancas precoces, como Chardonnay e Pinot.

Abruzzo
A região foi muito beneficiada pelas condições climáticas tanto em quantidade quanto em qualidade. A produção deve experimentar uma autêntica explosão: mais 20% em relação a 2012. Espera-se uma safra muito interessante, com vários ótimos aspectos, em particular para os vinhos tintos, mas também para os brancos, a exemplo de Trebbiano e Pecrino, que estão em um evidente crescimento.

Marche
Sinaliza um incremento de 5% de produção. Esperam-se vinhos de ótima qualidade para os brancos, come Verdicchio, Passerina, Pecorino e Trebbiano; e para os tintos, a partir de Montepulciano e Sangiovese. Nos brancos, se assinala uma interessante dotação de ácidos orgânicos. Já os tintos serão ricos em cor, com taninos maduros e bem equilibrados.

Puglia
Em 2013, a produção aumentará em 15%, graças ao clima favorável, sem os picos de calor de 2012. Uma boa mudança térmica entre o dia e a noite, além do hábito de colher as uvas à noite ou nas primeiras horas do dia, permitiu obter uvas de um ótimo conjunto aromático e boa acidez. A colheita, iniciada com o corte das uvas de base para os espumantes, e continuada com Chardonnay, Pinot e Sauvignon, evidenciou ótimos resultados. Existe uma grande espera por Primitivo, Negroamaro, Bombino e Nero di Troia.

Campania
A produção registra um incremento considerável: perto dos 15%. A colheita teve início com as uvas de Asprinio e de Fiano del Cilento, e prosseguiu com Beneventano e Falanghina; no Avellinese, com o Fiano di Avellino e o Greco di Tufo. A última variedade a ser colhida foi a Aglianico, pela produção da Docg Taurasi. É previsto um padrão de qualidade entre bom e ótimo, com elevados níveis de acidez.

Sardenha
Deve apresentar um incremento produtivo geral de 10%, ainda que o clima tenha dividido a região em duas. Do outono de 2012 até a primavera, chuvas superiores à média atingiram a faixa ocidental. No oeste, foram registradas temperaturas muito acima da média, criando problemas sobretudo para algumas variedades de Moscatel. Por outro lado, a abundância das reservas hídricas deu lugar a uma ótima colheita na maior parte da ilha, com cachos maiores. O ano deve proporcionar uma ótima safra, principalmente para Cannonau, Vermentino, Carignano, Monica, Nuragus, Nasco e Malvasia.

Sicilia
Na maior parte da ilha se registra um aumento de 10% graças ao bom clima, com chuvas abundantes no inverno e temperaturas adequadas na primavera e no verão. A colheita foi iniciada com as brancas PinotGrigio, Sauvignon blanc, Chardonnay. Espera-se qualidade de Merlot, Syrah, Nero d’Avola, Frappato e Cabernet Sauvignon, mas também de variedades autóctones de baga branca, como Catarratto, Insolia e Grillo.