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Para onde ela vai?

21 de maio de 2014 - Por Comunità Italiana
Para onde ela vai?

Para onde ela vaiComunità conversa com Silvio Gazzaniga, criador do troféu mais cobiçado do mundo e objeto de adoração de atletas e fãs do esporte: a taça da Copa do Mundo Fifa

Depois de passar por 89 países e percorrer 150 mil quilômetros ao longo de 267 dias, a Taça da Copa do Mundo chegou ao Brasil em 21 de abril, vinda de Los Angeles. Apresentada no Maracanã pelo capitão do tri Carlos Alberto Torres, ficou exposta durante quatro dias e seguiu para Porto Alegre. A visita faz parte do tour da taça da Copa do Mundo, iniciativa da Fifa em parceria com a Coca-Cola que deu a oportunidade a torcedores ao redor do mundo de verem o troféu de perto. Até o final deste mês, percorre todas as 27 capitais brasileiras, chegando por último em 29 de maio a São Paulo, onde fica exposta até 1º de junho no Shopping Itaquera. O tour começou em 12 de setembro de 2013, com a partida do Cristo Redentor em direção ao Taiti.
Já na Itália, Roma recebeu o troféu entre os dias 19 a 21 de fevereiro, vinda da Espanha. Na cidade eterna, os anfitriões foram os campeões de 1982 Franco Causio e Antonio Cabrini, juntamente com os campeões de 2006 Gianluca Zambrotta e Gennaro Gattuso. A taça ficou exposta em um campo da Calciosociale e na Piazza del Popolo. Depois, seguiu para a Croácia. Essa é a terceira vez que a taça faz um tour mundial. A primeira foi em 2006, antes do Mundial na Alemanha, quando passou por 31 cidades em 28 países.
Encomendada pela Fifa para presentear a seleção campeã do mundo de 1974, substituiu a antiga taça Jules Rimet, conquistada em definitivo pelo Brasil em 1970 no México. De acordo com o antigo regulamento da entidade máxima do futebol, a seleção que conquistasse a Jules Rimet três vezes teria a posse definitiva do troféu. Brasil e Itália chegaram à final da Cidade do México em igualdade de condições, visto que ambas eram bicampeãs. Com a vitória, o Brasil assegurou o direito à posse permanente.
A história da Coppa começa em 5 de abril de 1971, na sede da organização, em Zurique, na Suíça, quando um júri de especialistas liderados pelo ex-presidente da Fifa, o britânico Stanley Rous, convocou um comitê especial que recebeu autorização para realizar um concurso para criar um novo troféu. Na época, foram recebidas 53 inscrições de escultores de sete países. Na acirrada disputa, a Itália saiu-se vitoriosa e Silvio Gazzaniga foi o escolhido para esculpir o troféu mais desejado do mundo.
Produzida pela Bertoni, Milano (em 1995 teve o nome mudado ara GDE Bertoni) em Paderno Dugnano, na província de Milão, é feita de ouro puro 18 quilates e tem 36,8 cm de altura e 6,175 kg de peso. A base contém duas camadas de malaquita semipreciosa e a inscrição “FIFA World Cup”. Na parte de baixo da base, há uma pequena inscrição com o ano da conquista e o nome do país da seleção campeã em sua língua oficial, ainda que em 2010 o nome gravado tenha sido Spain.

Artista quis expressar a “alegria de estar no topo do mundo” e o esforço esportivo
O designer italiano, hoje com 93 anos, descreve a sua obra mais famosa como “um troféu que representa dois jogadores que levantam os braços na alegria da vitória e expressa o dinamismo, a força e a velocidade da ação, o esforço esportivo e a emoção, a exaltação de se encontrar no topo do mundo”.
— O atleta é o protagonista absoluto da obra e levanta o mundo na felicidade e no entusiasmo da vitória. Quem vence uma competição tão dura e prestigiosa assume no momento da vitória a dimensão de um gigante e o seu prêmio, a Coppa, deve exprimir tudo isso. A esfera que domina, modelada em relevo com a imagem fiel dos continentes, lembra o mundo e, ao mesmo tempo, a bola, enquanto as linhas entre as duas figuras humanas simétricas, na sua contraposição, exprimem um movimento dinâmico típico do esporte. A matéria-prima entre as duas faces contrapostas exprime o vigor, a energia e a dureza do jogo de futebol e do intenso empenho esportivo — descreve o artista à Comunità.
Gazzaniga revela a sua inspiração para criar um objeto que representasse a glória máxima do esporte mais popular do mundo:
— Para criar um símbolo universal da esportividade e de harmonia do mundo esportivo, me inspirei em duas imagens fundamentais: a do atleta que comemora e do mundo. Queria obter uma representação plástica do esforço que pudesse exprimir simultaneamente a harmonia, a sobriedade e a paz. A figura devia ser linear e dinâmica para lançar a atenção sobre o protagonista, ou seja, o jogador de futebol, um transformado em gigante da vitória, mas sem ter nada de sobre humano. Este herói esportivo deveria reunir em si todos os esforços e sacrifícios necessários exigidos todos os dias aos seus irmãos e deveria ter encarnado o caráter universal do esporte come empenho e libertação, apertando o mundo entre seus braços — explica o escultor.
Em seu studio na via Alessandro Volta, no bairro dos artistas de Milão, próximo da Accademia di Brera e do Castello Sforzesco, ele ainda estava tomado pela emoção de saber que era o vencedor, porém, não demorou muito para terminar sua criação. Levou não mais do que uma semana para concluir a obra, pois apenas teve que realizar mais alguns estudos posteriores sobre os esboços para chegar à síntese. O artista utilizou a técnica de fundição por cera perdida (microfusão), um método utilizado para fabricar objetos, em que o metal ou liga metálica são sujeitos a altas temperaturas e, quando se encontram em estado líquido, o metal é vazado para um molde que representa o objeto que se pretende reproduzir.
O resultado do trabalho foi além do seu valor artístico: se tornou um ícone de adoração que desconhece fronteiras políticas e religiosas e transpôs as fronteiras do esporte para se tornar um dos objetos mais famosos do seu tempo. Perguntado hoje, 40 anos depois de sua criação, se faria alguma mudança na taça, Gazzaniga respondeu:
— Se tivesse que refazer, não modificaria nada em meu projeto. O fato que a taça continue agradando às pessoas e às tendências artísticas mostra que me inspirei em princípios estéticos e simbólicos que se tornaram universalmente compreendidos.

Coppa de Gazzaniga não pode permanecer em nenhum país
Ao contrário da Jules Rimet, o atual troféu nunca pertencerá definitivamente a nenhum país, já que os novos regulamentos declaram que permanecerá em posse da Fifa. Cada campeão recebe uma réplica banhada a ouro, chamada de troféus dos vencedores da Copa do Mundo, e servem de lembrança permanente do grande triunfo.
Nesses 40 anos, poucos privilegiados tiveram a honra de levantar o troféu, como os capitães alemães Franz (1974) e Matthäus (1990), os argentinos Daniel Passarella (1978) e Maradona (1986), os italianos Dino Zoff (1982) e Fabio Cannavaro (2006), os brasileiros Dunga (1994) e Cafu (2002), o francês Deschamps (1998) e o espanhol Casillas (2010). Porém, apenas Silvio Gazzaniga teve o gosto especial da vitória ao ver sua criação levantada pelos campeões do mundo a cada quatro anos, o que ele descreve como “uma grande emoção que já se tornou um hábito”.
O criador deixa claro que não sabe dar palpites nem arrisca na hora de apontar seus favoritos, apontando nos tradicionais rivais Brasil e Itália como os candidatos ao título em 2014:
— Certamente o Brasil tem uma vantagem jogando em casa, mas espero, obviamente, que Itália consiga fazer história — comenta.
O certo é que a taça fica no Brasil até o apito final do juiz, no dia 13 de julho, no Rio de Janeiro. Enquanto o Brasil fará o possível para estender a estadia da taça por mais quatro anos, à Itália resta fazer o impossível para levá-la à sua terra natal.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.