O ministro Maurizio Martina assumiu o cargo no lugar de Renzi
O secretário nacional do Partido Democrático (PD), Matteo Renzi, entregou sua carta de renúncia nesta segunda-feira (12), após a dura derrota sofrida pela legenda de centro-esquerda nas eleições de 4 de março na Itália.
O documento foi lido em uma reunião da direção do PD pelo presidente da sigla, Matteo Orfini. Dessa forma, o partido será comandado pelo “secretário regente” Maurizio Martina, atual ministro de Políticas Agrícolas, durante a fase de negociações para a formação de um novo governo.
“Tentarei guiar o partido nas delicadas passagens internas e institucionais às quais será chamado. O farei com o máximo de colegialidade e com o pleno envolvimento de todos, maiorias e minorias. Peço unidade”, afirmou Martina, em um afago às alas contrárias a Renzi dentro do PD.
No entanto, ele já deixou claro que manterá a linha defendida pelo ex-primeiro-ministro: rejeitar qualquer tipo de aliança com o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga Norte, vencedores das últimas eleições.
“Às forças que venceram, dizemos somente uma coisa: agora vocês não têm mais álibis. O tempo da propaganda terminou. E o digo em particular a M5S e Liga. Os cidadãos votaram para vocês governarem, agora o façam. O PD continuará a servir os cidadãos, mas na oposição, como minoria parlamentar”, acrescentou.
Antes de oficializar sua renúncia, o próprio Renzi já havia dito que o PD não faria um governo com “extremistas”. O partido só elegerá seu líder após a posse do novo governo, no que é visto como uma manobra do ex-premier e de seus aliados para evitar que o próximo secretário faça acordos com o M5S – dentro do PD, há quem defenda uma aliança para apoiar o movimento antissistema.
“Nossa derrota foi clara. Pretendemos respeitar profundamente o voto de todos os italianos e seremos coerentes com os resultados de 4 de março. Agora cabe a quem teve mais votos a honra e o ônus de governar o país”, disse Martina, que é ministro de Políticas Agrícolas desde fevereiro de 2014, quando Renzi assumiu o poder.
Em 2017, foi alçado ao posto de vice-secretário do PD, após ter ganhado notoriedade pela organização da Expo Milão 2015. Martina é membro da corrente “Esquerda e Mudança”, que rompeu com a minoria do partido e adota uma postura mais pragmática.
Depois de ter governado a Itália pelos últimos cinco anos, a legenda centro-esquerdista teve apenas 19% dos votos nas últimas eleições, enquanto o M5S alcançou 32%. Já a Liga teve 17%, mas integra uma coalizão conservadora que terminou com 37% dos votos. (ANSA)